“Carta aos Brasileiros” aponta para a necessidade de preservar a democracia_ ASSINE AQUI

Renato Janine Ribeiro fala da importância de todos defenderem a Constituição, o voto, as urnas eletrônicas e a democracia neste momento em que há uma campanha baseada em argumentos falsos contra as eleições.

Jornal da USP

A Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito reúne assinaturas de intelectuais, artistas, políticos, banqueiros, empresários e sociedade civil em defesa da democracia e das urnas eletrônicas. O lançamento oficial será no dia 11 de agosto. No dia da divulgação, em 25 de julho, contava com cerca de 3 mil adesões. Dias depois, em 2 de agosto, já contabilizava quase 700 mil assinaturas.

O colunista Renato Janine Ribeiro conta que assinou a carta, pessoalmente, e também pela Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC), instituição na qual ocupa, atualmente, a presidência. Para ele, a nova carta, quase cinco décadas após a primeira Carta aos Brasileiros, de 1977, tem a máxima importância porque aponta para a necessidade de preservação da democracia e dos direitos nesses conturbados tempos atuais.

Janine destaca que é muito importante, neste momento, respeitar o voto. Há toda uma campanha sendo feita contra a democracia, contra as eleições livres, usando, para isso, argumentos falsos, alegando, por exemplo, fraude nas urnas eletrônicas, que nunca foi constatada, e preparando, talvez, tumultos para o dia das eleições. “É muito importante estarmos juntos para defendermos a Constituição, as leis, que foram tão perturbadas e prejudicadas nos últimos anos”, ressalta.

Sobre a primeira Carta aos Brasileiros, de 1977, Janine conta que, no período, o Brasil vivia um regime ditatorial, mas muitos eram favoráveis à ditadura, embora o povo padecesse bastante. Foi quando o professor Goffredo da Silva Telles Junior, da Faculdade de Direito da USP, redigiu o texto que foi assinado por outros advogados e pessoas de convicções democráticas defendendo a volta da democracia. “Foi importante na época e volta a sê-lo agora, 45 anos depois.”