Ministro da Educação diz priorizar verbas do MEC indicadas por pastores da Assembleia de Deus a pedido de Bolsonaro

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Parte das igrejas evangélicas trocou a fé em Deus pela total obediência ao presidente da república, em troca de dinheiro público fácil (dízimo do estado) e  favores.

Por Wanderley Parizotto*

Para receber  verbas do Ministério da Educação, o ministro-pastor Milton Ribeiro,  apresentou dois pastores da igreja Assembleia de Deus aos prefeitos presentes em uma reunião no ministério, como intermediários e facilitadores do processo. 

Em troca das verbas o ministro-pastor pediu apoio para construção de templos evangélicos.

Os pastores indicados não fazem parte do ministério, portanto, são lobistas.

No ano passado a dupla evangélica conseguiu em 16 dias, tempo recorde, a liberação de R$ 9,7 milhões do FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação), ligado ao ministério, para a prefeitura de Bom Lugar no Maranhão. Pelo menos 48 municípios já receberam verbas do MEC por intermédio da dupla de pastores. 

Em áudio vazado da reunião, o ministro  afirmou que o governo Jair Bolsonaro prioriza, na liberação de verba, prefeituras com pedidos negociados por dois pastores (sem cargo na gestão federal). O titular da pasta disse que é uma determinação de Jair Bolsonaro (PL). As declarações do ministro foram publicadas nesta segunda-feira (21) em reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, afirmou Ribeiro na conversa em que participaram prefeitos e os dois religiosos. “A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, acrescentou. 

O ministro sinalizou uma contrapartida à liberação de recursos da pasta. “Então o apoio que a gente pede não é segredo, isso pode ser apoio à construção das igrejas”, disse.

O áudio não foi negado pelo pastor ministro. 

Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura têm, ao menos desde janeiro de 2021, negociado com prefeituras a liberação de recursos federais para obras de creches, quadras, escolas ou  compra de equipamentos de tecnologia.

Os dois pastores têm proximidade com Bolsonaro. Em 18 de outubro de 2019, participaram de evento no Palácio do Planalto. 

Em 10 de fevereiro do ano passado, compareceram a um evento do MEC com 23 prefeitos mas os nomes deles  não aparecem na agenda oficial.

Pela constituição o Estado brasileiro é laico, isto é, não tem religião. Portanto, tal conduta é crime. E também é crime de corrupção. 

E não para por aí.

Há poucos dias o  pastor Renê Arian, em Curitiba, abençoou armas durante um culto.

Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra um pastor benzendo um arsenal de armas em uma igreja evangélica de  Curitiba. No vídeo, o evangélico coloca diversas armas de calibres distintos para pedir a proteção divina dos objetos.

“Senhor Deus, em nome de Jesus, nós ungimos essas armas para a segurança da nossa população de nossa cidade, Senhor. Nós pedimos que o Senhor venha nos guardar, venha nos proteger, através dessas armas”, diz Arian na gravação.

Isso é fé em Deus? É ser cristão? Ou é para agradar Bolsonaro e os seus seguidores na ‘tara’ que eles têm por armas e violência?

imagem de abertura: divulgação

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