Demência Alcoólica: uma doença cada vez mais comum…

O consumo de álcool vem crescendo significativamente entre as pessoas com mais de 60 anos.

Segundo o National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism – NIAAA , entre 2% e 3% das mulheres e 9%  e 10% dos homens, acima de 65 anos, se envolvem em consumo alcoólico de risco.
Várias são as causas: histórico pessoal, solidão, ociosidade, sentir-se improdutivo, rejeição familiar e social, entre outras.    O consumo exagerado de álcool pode ter como consequência a Demência
Alcoólica. Esta doença tem características muito semelhantes ao Mal de Alzheimer.

Porém, são doenças distintas.  Viveremos mais tempo velhos do que jovens ou adultos. Portanto, cuidado.

O que é Demência Alcoólica ?

A Demência Alcoólica é, como o próprio nome sugere, uma forma de demência provocada pelo consumo excessivo de álcool. Afeta a memória, aprendizagem e outras funções mentais. A síndrome de Korsakoff e a síndrome de Wernicke- Korsakoff são formas particulares de lesões cerebrais provocadas pelo álcool e
que podem estar relacionadas com a demência alcoólica.

Qual é a sua causa?

O consumo excessivo de álcool pode ter um efeito nocivo nas células nervosas do cérebro. Quando estas são danificadas, várias capacidades e competências podem ser afetadas. As deficiências nutricionais que acompanham frequentemente o consumo excessivo de álcool, regular ou agudo, são também entendidas como um fator que contribui para esta demência. O cérebro pode ficar lesado através de deficiências vitamínicas, incluindo a de tiamina (vitamina B1). O álcool afeta a absorção e utilização da tiamina e o consumo excessivo pode levar à carência desta vitamina.

Quais são os sintomas?

Os sintomas da Demência alcoólica variam de pessoa para pessoa e podem incluir:
 Dificuldade na aprendizagem de coisas novas;
 Problemas na memória a curto-prazo;
 Alterações da personalidade;
 Dificuldades no pensamento lógico e em tarefas que requeiram capacidades de planejamento,  organização e discernimento;
 Competências sociais fracas;
 Problemas de equilíbrio;
 Diminuição da iniciativa.
Geralmente, as pessoas conservam as competências que aprenderam durante a vida, antes de terem desenvolvido a doença, como, por exemplo, a linguagem, e, por isso, normalmente conseguem cuidar-se com o suporte apropriado.

Quem desenvolve Demência Alcoólica?

Qualquer pessoa que beba quantidades excessivas de álcool durante vários anos pode desenvolver demência alcoólica. Esta atinge mais frequentemente homens com idades entre os 45 e 65 anos, com uma história longa de abuso de álcool, embora possa afetar homens e mulheres de qualquer idade. O risco
aumenta consideravelmente nas pessoas que bebem regularmente quantidades elevadas de álcool.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que para reduzir o risco de problemas de saúde relacionados com o álcool, o consumo deve ser, no máximo, de duas doses de bebidas padrão (que corresponde a 20 gramas de álcool)  por dia, para os homens, e de uma dose padrão (que corresponde a 10 gramas de álcool) por dia para as mulheres, devendo em ambos os casos ser consumido, no máximo, cinco dias por semana.  Algumas pessoas que bebem quantidades elevadas de álcool, não  desenvolvem demência alcoólica. Apesar de ainda não se ter esclarecido porque é que algumas pessoas que fazem consumo excessivo desenvolvem este tipo de demência e outras não, pensa-se que esta situação possa estar relacionada com a alimentação.

Existe algum tratamento disponível?

Se a pessoa continuar a beber álcool em quantidades elevadas, os sintomas de demência irão agravar-se progressivamente. A progressão pode ser interrompida se a pessoa se abstiver totalmente de consumir álcool, adotar uma alimentação saudável e tomar suplementos vitamínicos, incluindo vitamina B1. Pode, assim, conseguir alguma recuperação ao longo do tempo com a abstinência do consumo de álcool e mantendo um estilo de vida saudável. Muitas pessoas que desenvolvem a demência alcoólica são jovens  e, isto pode significar que elas, as suas famílias e cuidadores, irão necessitar de uma atenção extra.

Fonte: Alzheimer Portugal/foto de abertura foter/ralf steinberger

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