“O que mais vemos é um mercado atrasado que não enxerga essa população como ativa e com as mesmas necessidades de outras faixas etárias”, analisa publicitário
por Jaqueline Santos
A publicidade direcionada à terceira idade é vista como promissora por grande parte das empresas, mas será que não é hora das marcas efetivamente começarem a investir neste público, que consome muito mais que meias e remédios?
O fato é que o Brasil está envelhecendo. Segundo Kahuê Rozzi, diretor da produtora SimonSays Filmes, os responsáveis pela publicidade brasileira deveriam saber que mais de 13% da nossa população está acima de 60 anos. “Explorar o nicho consumidor de produtos para terceira idade a meu ver é uma necessidade clara, mas o que mais vemos é um mercado atrasado que não enxerga essa população como ativa e com as mesmas necessidades de outras faixas etárias”, explica.
Para Rozzi, é fundamental que as marcas contratem funcionários e prestadores de serviços que saibam se comunicar com a terceira idade, somente desta forma as ações direcionadas a este público trarão resultados, “profissionais com pouca experiência de mercado e uma bagagem de vida limitada dificilmente conseguirão atingir os idosos”, comenta.
A SimonSays, produtora dirigida por Rozzi, já produziu campanhas para a terceira idade, mas de acordo com o diretor, a presença dos idosos nas ações publicitárias ainda está focada no departamento de saúde, já que a produtora atende laboratórios do Brasil e do mundo. “Os produtos não são voltados somente para esse target, mas procuramos sugerir este público aos nossos clientes pela imagem de conhecimento e experiência de vida que eles transmitem aos mais novos, agregando confiança a marca. Isso tem rendido bons resultados aos produtos, além de sutilmente inserir o idoso as imagens cotidianas”, diz.