Veja algumas dicas sobre o que cuidadores e familiares podem fazer para amenizar os sintomas finais da doença; carinho, conforto, espiritualidade e alguns cuidados fazem toda a diferença neste momento
Texto de Judy Robbe, consultora familiar em sintomas de demência. Há mais de 25 anos, a gerontóloga orienta parentes sobre os cuidados paliativos diários do seu ente querido com Alzheimer
Aprender a constatar a dor por meio da expressão facial e corporal, gemidos, e outros sinais para poder relatar isto à equipe de saúde. Existem muitas causas da dor no estágio avançado de demência, entre elas: artrite, câimbras, contraturas, falta de mobilidade, aumento da osteoporose, indigestão. Muitas pessoas desenvolvem uma hipersensitividade ao toque. Aproveite para falar com o seu idoso como nunca antes. Em algum nível ele consegue ouvir e entender, o que se tornará evidente nos períodos de lucidez que irão acontecer. Diga a ele que o ama e que se lembra de bons tempos que compartilharam.
Leia em voz alta a Bíblia ou outro livro favorito.
Cante canções antigas e conhecidas.
Traga flores para o quarto e coloque-as onde possam ser vistos da cama. Ofereça um bicho de pelúcia, bolinha ou um colar de contas para segurar na mão.
Massageie levemente as mãos e os pés do seu idoso. Ofereça o toque e contato humanos. Sente-se ao lado da cama, segure a mão da pessoa e fale com ela como se ainda pudesse ouvir e entender. A audição pode ser o último sentido a ser perdido.
Reduza as intervenções somente às necessárias, mude a pessoa de posição a cada duas horas ou quando precisar trocar a fralda.
Cuide da boca seca, umedecendo-a com gaze molhada em água mineral e aplique vaselina ou manteiga de cacau nos lábios.
Limpe a secreção dos olhos com gaze úmida.
Preste atenção à prisão de ventre. Siga as orientações da equipe de saúde.
Atenda às necessidades espirituais e culturais. Para algumas pessoas isto pode significar chamar um sacerdote da sua religião para conversar. Para outros pode ser que as suas músicas preferidas sejam tocadas como um fundo suave. O balançar ou “ninar” acalma e conforta.
Estas e outras informações devem ser conhecidas e organizadas com antecedência.
Mantenha um ambiente de harmonia e paz – bom para quem parte e para quem fica.
Trabalhe junto com a equipe de saúde.
Fale claramente o que precisa, anote suas perguntas e preocupações e também as instruções sobre os cuidados ao conversar com os profissionais.
Incentive as pessoas próximas a visitar, pois mesmo que não os reconheça, o idoso percebe a presença carinhosa de alguém que o ama.
Crie um “último casulo” de amor, atenção e carinho onde o seu idoso possa se preparar para “voar”, finalmente livre da doença que tem limitado a sua vida por tantos anos. Isto pode ser feito onde quer que o idoso esteja – em casa, na clínica ou no hospital. Depois soltar, liberar, ceder, permitir, desapegar e entregar…