Consumo excessivo de álcool depois dos 60 anos amplia em até oito vezes o desenvolvimento de doenças cognitivas como Alzheimer; veja o que diz psicóloga
Por Jaqueline Santos
Morte do companheiro ou companheira, aposentadoria e abandono familiar são fatores que encaminham o idoso para uma perigosa doença: a depressão. E neste processo, muitas vezes a válvula de escape é a bebida alcoólica, o que pode desencadear uma série de problemas.
Um dos maiores riscos da ingestão excessiva de álcool na terceira idade é o efeito que ele causa quando associado a alguns remédios, levando até mesmo à morte.
Segundo levantamento feito por um grupo de pesquisadoras da Universidade de São Paulo com 1.145 idosos, outro agravante da parceria com o álcool depois dos 60 anos é que ele amplia em até oito vezes o desenvolvimento de doenças cognitivas como Alzheimer e outras demências.
De acordo com a psicóloga e coordenadora terapêutica da Clínica Maia, Ana Cristina Faria, a incidência do alcoolismo na terceira idade está cada vez mais alta no Brasil. “Hoje de 9% a 10% das pessoas que têm problemas com drogas ou álcool são idosos”, explica.
Como o uso do álcool na terceira idade está ligado a um processo depressivo – que muitas vezes é causado pelo sentimento de “inutilidade” – Ana Cristina aconselha que a família esteja presente e acolha o idoso. “É importante fazer com que eles se sintam úteis, capazes, integrem a família, que eles tenham uma rotina saudável para que a solidão não abra a porta para a depressão e consequentemente para o alcoolismo”, diz.
Sobre o tratamento, a psicóloga alerta que deve ser mais voltado para a socialização e que é fundamental procurar a ajuda profissional.