O projeto que cria o Programa de Apoio às Pessoas com Doença de Alzheimer e Outras Demências foi aprovado na Câmara Municipal e, segundo Yeda de Oliveira Duarte, supre uma lacuna histórica
Jornal da USP
O Jornal da USP no Ar recebeu Yeda de Oliveira Duarte, professora da Escola de Enfermagem (EE) e da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP e coordenadora do estudo Saúde, Bem Estar e Envelhecimento (Sabe), sobre as condições de vida e saúde dos idosos do município de São Paulo, para falar sobre o projeto de lei aprovado na Câmara Municipal que cria o Programa de Apoio às Pessoas com Doença de Alzheimer e Outras Demências.
Segundo a professora, havia uma lacuna histórica na rede no que diz respeito à questão do Alzheimer – com exceção de alguns projetos pontuais, em sua maioria ligados a universidades, por exemplo.
“Dentro desse PL, a atenção a pessoas com doença de Alzheimer passa a ser em rede municipal. Profissionais serão treinados e acompanharão diagnósticos, além de expandir o atendimento que não acontecia anteriormente na rede pública”, explica Yeda.
Além dos cuidados em rede, a instituição desse programa incorpora o atendimento nos territórios da cidade e, além disso, institui centros de referência no tratamento e reconhecimento dos casos. Para casos mais complexos, também haverá centro de referência ao qual tanto pacientes quanto seus familiares terão acesso, como aponta a professora: “É um salto de qualidade no tratamento”.
Apesar de 93% dos cuidadores de pacientes portadores de Alzheimer serem familiares, a frente nacional mais significativa durante a pandemia foi aquela ligada a instituições de longa permanência – às quais familiares também tinham acesso, por meio de acompanhamentos virtuais, por exemplo. De acordo com Yeda, por isso não houve tanto impacto da covid-19 no Brasil como em outros países. “Isso não impediu a contaminação, mas a diminuiu e contribuiu para que a saúde mental de pacientes e cuidadores não fosse tão afetada”, afirma.
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