De acordo com a Federação internacional de Diabetes (IDF), o Brasil ocupa a 6ª posição no ranking mundial de países com mais casos
O Brasil enfrenta um quadro alarmante no que diz respeito ao diabetes. Segundo o Atlas da IDF 2025, aproximadamente 16,8 milhões de adultos entre 20 e 79 anos vivem com a patologia no país, projetando-se para 21,5 milhões até 2030. Estima-se que 32% dessas pessoas ainda não sabem que têm a doença. Além disso, cerca de 11% dos brasileiros adultos, ou seja, 17,7 milhões em pré-diabetes, estão em risco elevado de desenvolver a doença.
Para a Dra. Elaine Dias JK, endocrinologista e metabologista, PhD pela USP, o maior desafio está justamente nesse desconhecimento sobre os sinais que o corpo apresenta. “Alertas sutis podem indicar que a glicose está em descompasso muito antes de o diagnóstico oficial. Se aprendermos a reconhecer, conseguimos evitar que o paciente evolua para diabetes em estágio avançado, controlar e prevenir a doença”, explica.
Outro fato curioso é associar o diabetes exclusivamente à obesidade. Embora o excesso de gordura abdominal seja um fator de risco relevante, pessoas magras também podem desenvolver resistência à insulina. A causa? O sedentarismo aliado à predisposição genética.
“A magreza, por si só, não garante saúde metabólica. O sedentarismo é um dos maiores inimigos silenciosos do corpo, independentemente do peso”, alerta a Dra. Elaine.
De acordo com a Federação internacional de Diabetes (IDF), o Brasil ocupa a 6ª posição no ranking mundial de países com mais casos. A projeção é de que, em apenas cinco anos, ultrapasse a marca dos 20 milhões de diabéticos. Além do impacto na saúde, os custos para o sistema público e privado também crescem, estima se que o Brasil gaste mais de US$ 42 bilhões anuais com a doença, entre tratamentos e complicações. “O diabetes é silencioso. Por isso, precisamos investigar sintomas como cansaço diário, fome em excesso e até dificuldade em perder peso como indicadores para a doença. Tudo isso pode ser o corpo pedindo socorro”, pontua Dra. Elaine.
Alguns sinais físicos que podem ser alertas importantes:
-Bolinhas no braço (ceratose pilar): indicam que a insulina está começando a se desregular.
-Manchas escuras em regiões como pescoço, virilha e axilas (acantose nigricans): geralmente são sinais de pré-diabetes.

-Pequenas verrugas no corpo (acrocordons): comuns em estágios mais avançados de resistência insulínica.
-Acúmulo de gordura abdominal (estômago alto): gordura visceral de difícil perda, ligada ao metabolismo da insulina.
-Em mulheres, aumento de pelo em locais incomuns: pode ser resultado da alta insulina que altera a produção hormonal.
-Sede em excesso e urina frequente: sinais clássicos de glicemia elevada.

-Cansaço e sonolência após as refeições: indicam picos e quedas de glicose.
-Fome constante, falta de memória e dificuldade de concentração: reflexo da oscilação glicêmica no cérebro.
-Aumento da pressão arterial, retenção de líquido e queimação nos pés: sintomas de complicações precoces.
-Nos homens, disfunção erétil: pode estar associada à resistência insulínica.

Com diagnóstico precoce, é possível reverter o pré-diabetes apenas com mudanças no estilo de vida. “Atividade física regular, sono adequado e uma alimentação anti-inflamatória são pilares que podem mudar completamente o rumo da doença.
Mas, se necessário, temos hoje medicamentos modernos que ajudam tanto no controle glicêmico quanto na perda de peso e na proteção cardiovascular”, orienta a endocrinologista, Dra Elaine.
Entre as opções atuais estão agonistas de GLP-1 e GIP, como semaglutida (Ozempic, Wegovy), e a tirzepatida (Mounjaro), que vêm revolucionando o tratamento ao atuar na glicemia, no peso e até na proteção do coração.
“A prevenção na saúde precisa começar cedo. Muitas vezes, uma simples mancha escura na pele de uma criança já indica resistência à insulina. Quanto antes intervirmos, maior a chance que temos de mudar a história de vida do paciente”, finaliza Dra. Elaine.
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Jornalista com experiência sobretudo em redação de textos variados - de meio ambiente à saúde; de temas sociais à política e urbanismo. Experiência no mercado editorial: pesquisa e redação de livros com focos diversos; acompanhamento do processo editorial (preparação de textos, revisão etc.); Assistência editorial free lancer. Revisora Free Lancer das editoras Planeta; Universo dos Livros e Alta Books. Semifinalista do Prêmio Oceanos 2020.