Um dos astros mais famosos de Hollywood, o ator americano Robert Redford, morreu aos 89 anos.
Redford é conhecido por filmes como Butch Cassidy, Golpe de Mestre e Todos os Homens do Presidente.
A agente de Robert Redford, Cindi Berger, disse que o ator morreu nesta terça-feira (16/9) em sua casa “em Sundance, nas montanhas de Utah — o lugar que ele amava, cercado por aqueles que amava”.
“Sentiremos muita falta dele”, disse Berger, acrescentando que a família pede privacidade.
Ele recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator em 1973 por sua atuação em Golpe de Mestre.
Em 1980, ele estreou como diretor, com o filme Gente como a Gente, que ganhou quatro Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor.
Em 2002, Redford Ganhou um Oscar honorário pelo conjunto da obra.
Redford também era conhecido por ter fundado o Festival de Cinema de Sundance em Utah, promovendo filmes independentes desde o final dos anos 1970.
Em 2014, ele marcou sua presença no Universo Marvel com o papel de Alexander Pierce no filme Capitão América 2 : O Soldado Invernal.
Em 2018, anunciou que o filme O Velho e a Arma seria seu último papel nas telas.
Beleza e carma

Robert Redford será lembrado por ter atuado em mais de 50 filmes de Hollywood, por ter ganhado um Oscar como diretor e por ter sido um defensor de cineastas independentes, fundando o Festival de Cinema de Sundance.
O sucesso na carreira permitiu que Redford escolhesse livremente seus projetos, muitos deles alinhados com suas visões politicamente progressistas. Ele também fez campanha por questões ambientais e pelos direitos dos nativos americanos.
Sua beleza tipicamente americana não podia ser ignorada. Redford já foi descrito como “um pedaço do Monte Rushmore colocado em jeans desbotados”.
Outro crítico disse que ele tinha “uma graça física fluida e um brilho interior que às vezes o faz parecer iluminado por dentro”.
Mas, no geral, Redford achava que sua beleza era mais um obstáculo do que uma ajuda para sua carreira — e disse que o carma havia trazido tragédias à sua vida familiar para puni-lo por sua boa fortuna física.

Charles Robert Redford Jr. nasceu em Santa Monica, no Estado da Califórnia, em 18 de agosto de 1936, filho de um leiteiro que mais tarde trabalhou como contador na Standard Oil.
Na escola, ele se juntou a uma gangue de rua e foi preso por “pegar emprestado um carro que continha joias roubadas no porta-malas”.
Ele ganhou uma bolsa de estudos para a Universidade do Colorado graças à sua habilidade com beisebol, mas foi expulso após 18 meses por embriaguez. Na mesma época, sua mãe faleceu, com apenas 40 anos.
Atormentado pela dor, ele seguiu uma vida sem rumo por um tempo, encontrando trabalho nos campos de petróleo da Califórnia, antes de viajar para Paris e Florença, onde estudou arte.
Sua estadia na Europa o encorajou a adotar uma nova abordagem em relação aos EUA: “Comecei a olhar para o meu país de outro ponto de vista”, disse ele mais tarde.
De volta ao seu país, matriculou-se na Academia Americana de Arte Dramática com a ambição de se tornar cenógrafo, mas rapidamente migrou para a atuação.
Como muitos atores no final da década de 1950 em Nova York, ele conseguiu uma série de pequenos papéis no palco e na televisão, incluindo em séries populares como Os Intocáveis, Perry Mason e Dr. Kildare.

Estrelato mundial

A fama mundial veio em 1969 com Butch Cassidy.
A interpretação do ator de 33 anos como o relaxado Sundance Kid, em contraste com o falante Butch, de Paul Newman, provou ser uma das grandes parcerias de Hollywood.
Ironicamente, Redford quase perdeu o papel depois que um executivo do estúdio disse: “Ele é só mais um loiro de Hollywood. Atire um pedaço de pau pela janela em Malibu e você vai acertar outros seis como ele.”
O estúdio fez de tudo para evitar a contratação de Redford, até que Newman — na época já um astro consagrado — interveio e insistiu.
Os dois atores descobriram que compartilhavam o amor pelo teatro e permaneceram amigos até a morte de Newman em 2008.

“Pregávamos peças um no outro”, disse Redford sobre seu relacionamento com Newman. “Quanto mais sofisticada a piada, melhor.”
Em 1973, a química natural entre eles na tela os fez se unirem novamente em Golpe de Mestre.
Redford foi indicado ao Oscar por seu papel como Johnny Hooker, um vigarista que se une ao personagem de Newman para enganar um chefão do crime.
O filme, com sua trilha sonora de ragtime, acabou ganhando sete Oscars, incluindo o de Melhor Filme — embora Redford tenha sido superado na categoria de Melhor Ator por Jack Lemmon.
Foi a única vez que Redford foi indicado na categoria de Melhor Ator no Oscar, embora ele viesse a ganhar o prêmio como diretor — e receber um Oscar honorário em 2002 pelo conjunto da obra.
Cinema independente

Com o reconhecimento, veio a riqueza.
Redford usou grande parte de seus ganhos para comprar um resort de esqui em Utah, Estado natal de sua esposa, Lola, que ele rebatizou de Sundance, em homenagem a um de seus papéis mais famosos, no filme Butch Cassidy.
Na mesma época, ele fundou o Instituto Sundance para fornecer apoio criativo e financeiro a cineastas independentes. Ele se tornou presidente do Festival de Cinema de Utah/EUA, mais tarde renomeado para Festival de Cinema de Sundance.
Com o tempo, o festival se tornou um evento importante no calendário cinematográfico, exibindo o trabalho de muitos diretores que se tornaram nomes conhecidos, incluindo Quentin Tarantino e Steven Soderbergh.
Em termos de atuação, houve sucessos e fracassos nas últimas duas décadas do século 20. O drama prisional Brubaker foi um sucesso comercial e de crítica, e houve uma recepção positiva para os dramas O Encantador de Cavalos e Proposta Indecente.
Entre Dois Amores ganhou alguns prêmios, mas Havana foi mal recebido e deu prejuízo nas bilheterias.
Ao mesmo tempo, Redford continuou dirigindo filmes, incluindo Nada é para Sempre — que deu um impulso à carreira do novato Brad Pitt — e Lendas da Vida, o último filme com Jack Lemmon.

A recepção de Leões e Cordeiros foi discreta, com o reencontro com Meryl Streep, de Entre Dois Amores. No entanto, houve muitos elogios ao seu papel no inovador Até o Fim – sobre um velejador idoso sozinho em seu barco danificado no Oceano Índico.
“Não há diálogos, nenhum. E eu sou o único ator em tela durante todo o filme”, disse Redford. Muitos críticos descreveram sua atuação como a melhor de sua carreira.
Ele também estrelou como o agente da S.H.I.E.L.D. Alexander Pierce em Capitão América 2: O Soldado Invernal, um filme bem diferente de sua carreira normal.
“Gosto da ideia de entrar em novos territórios”, disse ele ao jornal LA Times em 2013. “Este é o tipo de filme que eu adoraria ter visto quando criança.”
Fora do estúdio, Redford tornou-se um proeminente defensor do meio ambiente. “O nosso planeta está doente por causa do nosso comportamento com ele”, disse o ator em uma entrevista em 2014.

Redford frequentemente evitava os holofotes de Hollywood, preferindo trilhar seu próprio caminho.
Apesar de nunca ter ganhado um Oscar de atuação, a Academia homenageou sua obra com um prêmio pelo conjunto da obra em 2002.
No fim das contas, Redford preferia personagens um pouco excêntricos — em sintonia com sua paixão pelo cinema independente.
Mas ele sempre insistiu que sua boa aparência o atrapalhava, em vez de ajudá-lo, como ator.
“A noção de que você não é exatamente um ator, mas sim alguém com boa aparência. Isso sempre foi difícil para mim”, disse ele.
“Sempre me orgulhei de qualquer papel que interpretasse; eu seria aquele personagem”.
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Jornalista com experiência sobretudo em redação de textos variados - de meio ambiente à saúde; de temas sociais à política e urbanismo. Experiência no mercado editorial: pesquisa e redação de livros com focos diversos; acompanhamento do processo editorial (preparação de textos, revisão etc.); Assistência editorial free lancer. Revisora Free Lancer das editoras Planeta; Universo dos Livros e Alta Books. Semifinalista do Prêmio Oceanos 2020.