Egídio Dorea comenta caminhos e estratégias para a manutenção da sexualidade no envelhecimento e seus benefícios
Por *Henrique Giacomin
Sexualidade não é só o ato sexual. Ela envolve desejo, afeto, toque, intimidade, autoestima — e tudo isso continua sendo importante em qualquer fase da vida”, começa o médico Egídio Dorea, coordenador do programa USP 60+ da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP.
Num mundo que associa a sexualidade à juventude, é importante entender como o tema e a boa prática podem melhorar a qualidade de vida dos idosos. “Envelhecer não significa apagar essa dimensão. Pelo contrário: muitos idosos redescobrem a sexualidade com mais liberdade e maturidade. Não existe prazo de validade para o prazer ou para o carinho”, completa Dorea.
Benesses do enlevo
Segundo a ciência, manter uma vida sexual ativa está ligado a mais saúde mental, menos estresse e até maior expectativa de vida. O prazer e a intimidade também ajudam a combater a solidão, um desafio comum nessa etapa da vida, embora o tema ainda sofra com tabus.
Segundo Dorea, “o idadismo, ou seja, o preconceito contra os mais velhos, reforça a ideia de que a velhice é uma fase sem desejo. Isso é um mito. A sexualidade pode se transformar, mas não desaparece. O toque, o olhar, o carinho, a conexão emocional, tudo isso continua fazendo parte da vida e precisa ser valorizado. A gente precisa falar mais sobre isso, sem ter vergonha”.
Caminhos do prazer
Vale o lembrete de que sexualidade não se resume à penetração. Beijos, abraços, conversas íntimas, carícias e até a masturbação são formas legítimas de prazer. À medida que o corpo muda — com questões como ressecamento vaginal ou dificuldades de ereção — é possível buscar alternativas: uso de lubrificantes, terapias hormonais e orientação médica especializada.
Dorea completa: “O primeiro passo é a informação. Falar com ginecologistas, urologistas, terapeutas, buscar entender as mudanças do corpo e aprender a cuidar da saúde sexual com naturalidade. Boa alimentação, atividade física e sono de qualidade também influenciam o desejo e a disposição. E, acima de tudo, é essencial manter o diálogo e a escuta com o parceiro ou parceira”.
*Sob supervisão de Cinderela Caldeira e Paulo Capuzzo
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Jornalista, autora de 5 livros, um deles semifinalista do Prêmio Oceanos 2020.








