Psiquiatra explica por que dezembro é tão desafiador e como encerrar o ano com mais equilíbrio
O fim do ano costuma ser lembrado como um período de descanso, celebrações e encontros. Mas, para muitas pessoas, dezembro também representa um turbilhão emocional. Entre acúmulo de tarefas, expectativas altas e balanços pessoais, não é raro sentir-se esgotado, ansioso ou frustrado.
Para ajudar a atravessar esse período de forma mais leve, a psiquiatra Paula Gibim, reúne orientações práticas e explica por que essa época é tão sensível para a saúde mental.
1. Entenda por que dezembro mexe tanto com as emoções.
O mês costuma acumular transformações e demandas que fogem da rotina. Afinal, dezembro é um mês de mudanças, celebrações e interrupções. Empresas e escolas fazem avaliações, pressionam por entregas, feriados quebram a rotina e muitas famílias precisam reorganizar a logística com as crianças. Além disso, emergem questões familiares, sentimentos de luto, saudades, abandono e incompreensão. Somado a isso, a proximidade de um novo ciclo faz com que muitas pessoas revisitem frustrações e decepções do ano que passou.
2. Cansaço ou burnout? Aprenda a diferenciar.
A linha entre cansaço natural e esgotamento profundo pode se confundir, mas o corpo dá sinais claros. O cansaço natural melhora com o descanso. O burnout não. Quando falamos de burnout, estamos diante de um adoecimento: o descanso do fim de semana já não é suficiente. Além do esgotamento extremo, surgem falta de concentração, irritabilidade, apatia e perda de sentido no trabalho. Sem cuidado rápido, o quadro pode evoluir para depressão.

3. Ressignifique o descanso: ele é necessidade, não fraqueza.
Quando o descanso é visto como preguiça, torna-se mais difícil permitir-se parar, mesmo quando o corpo pede. Ressignificar o descanso significa entendê-lo como necessidade física e emocional. É no sono que regulamos os hormônios, consolidamos as memórias e recuperamos os músculos. Sem isso, não conseguimos lidar de forma harmônica com as demandas do dia a dia.
4. Como lidar com metas não cumpridas sem transformar isso em peso emocional?
A chegada de um novo ano geralmente traz balanços que nem sempre são positivos. O caminho é evitar o julgamento. Quando você se define pelos erros, vêm pensamentos como “sou incompetente” ou “nunca consigo”. Mas se encara como aprendizado, consegue se perguntar: “Essa meta era adequada?”, “Isso era realmente importante?”, “Quais eram minhas prioridades?”, “O que posso ajustar?”. Essa abertura para reflexão tem um poder transformador.
5. Encontre sua “dose ideal” de ócio.
O ócio saudável pode ser um excelente aliado nessa época. A dose ideal é aquela que nutre você, traz leveza, propósito, criatividade e melhora suas relações. É o ócio feito de descanso genuíno, leitura, arte, conversas boas, devaneios saudáveis. Ele deixa de ser saudável quando o afasta das prioridades, paralisa ou gera a sensação de vazio – o que está mais ligado à qualidade do que à quantidade.
6. Pratique a higiene mental, especialmente em períodos confusos.
Dormir o suficiente, ter contato com a natureza, praticar atividades físicas, meditar, estar com pessoas queridas e cultivar hobbies são práticas que funcionam o ano todo, mas ficam mais difíceis de priorizar em dezembro. É justamente quando precisamos renunciar a alguns excessos para preservar o bem-estar.
7. Festas e compromissos podem aumentar a ansiedade. Como equilibrar?
A agenda cheia, somada aos exageros típicos da época, pode gerar culpa ou descompensação. É normal exagerar um pouco, mas procure retornar ao equilíbrio sem “chutar o balde”. Comeu demais? No dia seguinte, tenha uma alimentação mais leve. Ficou uma semana sem treinar? Volte na seguinte. Aproveite as festas, mas escolha onde realmente quer estar, decida se quer beber ou não e respeite seus limites.
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Jornalista, autora de 5 livros, um deles semifinalista do Prêmio Oceanos 2020.







