A exposição no Sesc Pompeia atrai os paulistanos que buscam a floresta viva. Reúne 205 fotos e vídeos com depoimentos de representantes indígenas
Jornal da USP
Acreditar que é possível salvar a Amazônia com os seus rios, florestas e, especialmente, com a preservação do brio e cultura da vida indígena tem levado cerca de 150 mil pessoas até o Sesc Pompeia, em São Paulo. Nas 205 fotos em preto-e-branco de Sebastião Salgado, o público vê brotar o verde da floresta, a sombra das nuvens, o impacto das chuvas, o curso dos rios e o cotidiano de 12 comunidades indígenas. Imagens muito diferentes das que foram exibidas na mídia no decorrer de junho, quando o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips foram assassinados. A ameaça de morte aos defensores da Amazônia repercute e destrói.
Diante dessa realidade trágica, a exposição Amazônia, prorrogada para o dia 31 de julho, tem nova dimensão. Apresenta uma realidade que foi massacrada nos últimos anos e, ao mesmo tempo, sugere a importância de mudanças urgentes.
“São mais de 40 anos pesquisando a Amazônia. Nesta exposição há fotos de 1998, do início do ano 2000, em um total de 48 viagens”, conta Sebastião Salgado. “Eu aprendi o que são as chuvas na Amazônia, o que são os rios aéreos. Eu aprendi sobre a importância da integração do ser humano e com a biodiversidade, descobri que nós somos a biodiversidade.”