A depressão é uma doença comum em todas as faixas etárias, mas pessoas mais velhas, solitárias e isoladas (em razão da quarentena ou não) estão mais propensas a desenvolvê-la.
A depressão é uma doença muito prevalente e cada vez mais comum. Atinge pessoas de todas as idades, crianças, adultos e idosos. Com o crescente aumento em nossa expectativa de vida é também cada vez mais frequente que pessoas mais velhas morem sozinhos e passem a maior parte do tempo sós.
Por isso, os idosos são também atingidos por transtornos de humor, como a depressão e, precisamos estar atentos a isto.
As causas
Entre os mais velhos, são variados os fatores que podem desencadear a depressão, entre biológicos, psicológicos e sociais.
Desde vivenciar o luto da vida profissional, a diminuição das atividades físicas, a perda do companheiro (a), amigos e familiares; a solidão característica do momento de vida, o frequente afastamento dos filhos e familiares, a proximidade da morte e o medo que ela traz.
Recentemente, o Brasil perdeu o ator Flávio Migliaccio, de 85 anos. O suicídio foi confirmado pelo filho, Marcelo, que confirmou que o pai estava passando por um período de depressão desde o ano passado.
“Este acontecimento levou-me a refletir sobre a saúde mental e o emocional dos nossos idosos neste momento” – comentou a psiquiatra , psicoterapeuta e analista junguiana, Dra. Aline Machado Oliveira, que explica:
“ O idoso deprimido poderá não se queixar de tristeza e perda de prazer na vida. E sim, reclamar de dores físicas, dificuldade para dormir e se alimentar, poderá ficar mau humorado e isolar-se dos familiares”.
E são nestes pequenos sinais, que os cuidadores e pessoas que convivem com os idosos devem se ater.
Enfrentando a depressão em tempos de Covid19
Neste período de isolamento social é muito importante que estejamos atentos uns aos outros e, principalmente, aos mais velhos. Os idosos têm mais dificuldade para entender o que está acontecendo. É comum se comportarem como crianças, muitas vezes são teimosos e não aceitam ser contrariados.
“Não podemos deixá-los sozinhos neste momento de angústia e incerteza, no qual todos nós nos encontramos apreensivos pela epidemia da COVID-19.”- diz a Aline.
“Dê atenção aos idosos da sua família, principalmente àqueles que moram sozinhos. Converse com eles diariamente, ofereça ajuda, ofereça companhia. Devemos proteger uns aos outros da COVID-19, mas não nos percamos para a depressão.”
O que podemos fazer para evitar e prevenir a depressão em nossos idosos?
A psiquiatra e psicoterapeuta dá algumas dicas:
- É fundamental manter-se ocupado nessa idade para manter a boa saúde mental e emocional;
- Manter os vínculos sociais, reunir-se com amigos e fazer novas amizades;
- Praticar exercícios, segundo a orientação profissional;
- Meditar, ler, aprender coisas novas e se beneficiar de qualquer atividade que estimule o cérebro e traga prazer em viver.
A internet facilita o relacionamento de amigos e familiares à distância, bem como novos aprendizados.
Para finalizar, Aline nos alerta: “Em caso de tristeza, angústia, ansiedade, insônia, pensamentos negativos, pessimismo, desejo de fugir ou morrer, isolacionismo, irritabilidade, falta ou excesso de apetite, dificuldade para dormir ou excesso de sono, não espere: procure ajuda profissional”.
A Aline Machado Oliveira é médica psiquiatra, especialista em Psicologia Clínica Junguiana e Analista Junguiana em formação pelo Instituto Junguiano do Rio Grande do Sul. Também é membro das Associações de Psiquiatria do Rio Grande do Sul e Brasileira de Psiquiatria. Atua há mais de 9 anos com psiquiatria clínica e psicoterapia.
fonte: assessoria de imprensa