Desempregado e com as contas atrasadas, Bruno de Lima aproveitou uma das vagas de sepultador abertas em caráter emergencial pela prefeitura durante a pandemia
Por Luisa Fragão – Revista Fórum
25 mar 2021 – 06:45
Formado em engenharia mecatrônica, Bruno de Lima, de 26 anos, trabalha há um ano como coveiro no Cemitério da Saudade, na zona leste de São Paulo. Com as contas atrasadas e sem visualizar oportunidades em sua área, ele resolveu aproveitar uma das vagas para sepultador abertas em caráter emergencial pela prefeitura durante a pandemia do coronavírus.
“Ninguém sonha em ser coveiro, né? Me formei em engenharia mecatrônica, já tinha feito o técnico, já tinha experiência na área. Mas o único emprego que está tendo agora é em hospital e cemitério”, conta Bruno, em entrevista ao UOL
“Um colega meu falou: ‘Quer trabalhar de coveiro?’. Falei: ‘Você está brincando?’. Ele falou: ‘Estou falando sério, você quer?’. Aí eu estava desempregado, as contas atrasando, falei: ‘Vou ver o que acontece’”, completa.
Velórios e pandemia
Apenas no último domingo (21), oito pessoas vítimas da Covid-19 foram enterradas no Cemitério da Saudade, além de sete no sábado e cinco na sexta-feira. Uma delas era um rapaz de 20 anos. Como parte do protocolo da pandemia, no entanto, os mortos da doença não são velados.
Para os outros mortos, os velórios estão limitados em uma hora e máximo de dez pessoas.
Cemitério da Saudade (Reprodução)
Jornalista com experiência sobretudo em redação de textos variados - de meio ambiente à saúde; de temas sociais à política e urbanismo. Experiência no mercado editorial: pesquisa e redação de livros com focos diversos; acompanhamento do processo editorial (preparação de textos, revisão etc.); Assistência editorial free lancer. Revisora Free Lancer das editoras Planeta; Universo dos Livros e Alta Books. Semifinalista do Prêmio Oceanos 2020.