MULHERES que EMPREENDEM: Chama Verde Nutre cria produtos com o propósito da sustentabilidade

Criada por Silvia Batista dos Santos, a  empresa surgiu para provocar mudanças e mostrar que uma vida sustentável é perfeitamente possível.

Ana Claudia Vargas*

A empresária Silvia Batista dos Santos, 43 anos, vai direto ao ponto quando responde porque fundou a Chama Verde Nutre. Sem rodeios, ela diz que a ideia surgiu depois de sofrer dois burnouts por trabalhar em ambientes tóxicos.

Foi a partir daí que Silvia se dedicou a repensar sua profissão e decidiu empreender, mas em um negócio que tivesse como propósito transformar o mundo através de  cada pessoa que utilizasse os produtos, ou seja, mais que vender produtos, transformar os compradores, sobretudo, em multiplicadores e agentes de mudança.

Isto porque a  Chama Verde Nutre é uma empresa que produz e comercializa diversos bioprodutos de consumo diário. Para quem não sabe, bioprodutos são aqueles feitos de forma 100% natural, “integrais e veganos, livres de crueldades com o meio ambiente, animais ou humanos, livres de corantes, conservantes ou qualquer “ante”, conforme avisa o site da empresa.

Silvia é graduada em Comunicação Social, tem MBA em Gestão Estratégica de Negócios, também é Técnica em Nutrição e Dietética, Gestora de Projetos PMI, Aromaterapeuta e pós-graduada em ESG (conjunto de critérios que avaliam o desempenho de uma empresa em relação à sustentabilidade e responsabilidade corporativa).

Na entrevista abaixo, a empresária nos conta um pouquinho de sua história.

PPG+: Quais foram as razões que levaram você a empreender? Foi por vocação ou necessidade?
Resposta. A Chama Verde nasceu como resposta à minha busca espiritual pessoal. Veio como uma suave transformação interna que pude externar através das mãos, algo que até então era novo pra mim: trabalho manual, eu que até então era total do intelecto, do mundo corporativo.

Nessa busca espiritual, ressignifiquei conceitos (e ainda estou ressignificando) e adquiri outro olhar para tudo. Eu já havia empreendido antes  numa empresa de educação on-line, numa agência de conteúdo digital, em produção musical, cestas de café da manhã e marmitas fit. Mas nenhum desses negócios me deu algo que a Chama Verde me supriu: sentido e vontade de transformar o mundo num lugar realmente melhor.

PPG+:  Como você se preparou para iniciar o negócio?
Resposta: Fiz uma graduação, uma pós, cursos de extensão e li e pesquisei muito sobre o mercado em que atuo hoje.

Sílvia (foto acima) ressalta “a Chama Verde nasceu como resposta à minha busca espiritual pessoal. Veio como uma suave transformação interna que pude externar através das mãos, algo que até então era novo pra mim: trabalho manual, eu que até então era total do intelecto, do mundo corporativo. Nessa busca espiritual, ressignifiquei conceitos (e ainda estou ressignificando) e adquiri outro olhar para tudo”. (foto arquivo pessoal)

PPG+: Qual o nome da sua empresa e como chegou até ele?

Resposta: Chama Verde Nutre. Tive outros negócios antes da Chama Verde. Atuei em dezenas de empresas, mas nada do que eu fiz antes fazia sentido pra mim, contemplava o meu anseio de transformar o mundo e de trabalhar com algo que realmente fizesse sentido, que integrasse saúde, natureza e transformação de mundo. O nome veio depois de um ritual com medicinas da floresta. Desde criança eu quis ter minha própria empresa. Lembro de brincar de escritório com minha irmã Susana. Hoje vivo o meu propósito.

PPG+: Ser mulher foi (ou ainda é?) uma barreira no segmento em que você atua?
Resposta: Não, nem um pouco.

PPG+: Quais foram os principais obstáculos e como você os superou?
Resposta: Migrar de uma mente como ‘empregada’  para uma mente de empresária. Aceitar que sou visionária e não esquisita ou maluca como já ouvi tantas vezes.

 

PPG+: Há quanto tempo existe sua empresa? Quais foram os fatos/pessoas mais relevantes na sua trajetória?

Resposta: Há 10 anos, desde 2015. As pessoas mais relevantes foram meus familiares, meus  pais e minhas irmãs que sempre me apoiaram. Meu ex-companheiro que no início da empresa me apoiou.

Meu tio Tato, que é meu exemplo de administrador de empresas, uma pessoa que admiro desde criança e sempre quis ter a calma e parcimônia na fala como ele tem.  O fato que me aproximou do meu negócio foram os dois burnouts que vivi antes da Chama Verde devido aos ambientes tóxicos nos quais atuava.

Estas situações me fizeram ver que eu não estava vivendo a minha verdade. Que aquele tipo de ambiente não era pra mim e que por mais que eu procurasse, o que eu buscava não existia. Então foi quando criei o ambiente no qual eu desejava viver e no qual  eu poderia entregar todo meu  potencial.

Em 2017, Silvia foi convidada para ministrar sua primeira oficina na Rede SESC. “Desde então, já foram mais de 10.000 horas de vivência prestadas para a o ‘Sistema S’, empresas, escolas, comunidades  indígenas… São milhares de pessoas que, durante as oficinas, são provocadas a repensar seus hábitos e papel no mundo”, destaca. (foto arquivo pessoal)

PPG+: Como sua empresa está  hoje? Como foi a evolução?
Resposta: Felizmente muito bem. Essa evolução foi gradual…

Comecei com produção de alimentos naturais, veganos, integrais, light e com nome de propósitos como ‘Pasta da Sabedoria’; ‘Pão da Inclusão’; ‘Cookies da Prosperidade’, ‘Pão do Infinito’ e tantos outros nomes.

Em 2017, fui convidada para ministrar minha primeira oficina para a Rede Sesc. Desde então, já foram mais de 10.000 horas de vivência prestadas para a o ‘Sistema S’, empresas, escolas, comunidades  indígenas… São milhares de pessoas que, durante as oficinas, são provocadas a repensar seus hábitos e papel no mundo. Em 2018, também inserimos na linha outros tipos de produtos comestíveis que são cosméticos para comer pela pele e, desde então, já somamos mais de 150 formulações diferentes.

PPG+ : Quais acertos e erros você avalia que cometeu?
Resposta: Acerto: compartilhar as receitas da marca para milhares de pessoas, pois estamos na era do compartilhar. Erro:  no início, duvidar da minha ideia de empreendimento.

PPG+ : Hoje você entende que poderia ter evitado alguns erros? Se sim, como?
Resposta: Sim, tive um sócio que me trouxe muita dor de cabeça. Aprendi que preciso ser mais cautelosa ao escolher quem vai atuar no meu negócio.

PPG+: Como você se imagina e enxerga sua empresa no futuro?
Resposta: Ampliando exponencialmente a produção de biocosméticos, vendendo produtos e serviços para países da América Latina, Europa e Ásia. Ampliando a rede
de pessoas multiplicadoras de saberes. Transformando a rotina de consumo de milhares de pessoas.

PPG+: Qual a importância da ACEO-Mulher na sua vida e no seu negócio?
Resposta: Imensa. Na ACEO tive outro olhar sobre empreendedorismo feminino, entendi que lugar de mulher é onde ela quiser, que um círculo de mulheres não é para gerar competição e, sim, para unir forças, onde uma puxa a outra. No CMEC ACEO Mulher conheci mulheres que hoje são minhas inspirações.

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ana.vargas@portalplena.com | Website |  + posts

Jornalista com experiência sobretudo em redação de textos variados - de meio ambiente à saúde; de temas sociais à política e urbanismo. Experiência no mercado editorial: pesquisa e redação de livros com focos diversos; acompanhamento do processo editorial (preparação de textos, revisão etc.); Assistência editorial free lancer. Revisora Free Lancer das editoras Planeta; Universo dos Livros e Alta Books. Semifinalista do Prêmio Oceanos 2020.

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