Tatiana Secco Fazio, escritora, mentora e empreendedora foi finalista do Prêmio Jabuti 2025 na categoria Economia Criativa com a obra Plenitude na Envelhescência – Realidade Possível (Volume II), um livro necessário diante do contexto de envelhecimento acelerado que o Brasil atravessa.
PortalPlenaGente+ _ Redação
Tatiane Secco Fazio é coautora, compositora e revisora do livro Plenitude na Envelhescência – Realidade Possível (Volumes I e II). A autora, de 47 anos, administradora de empresas, poeta, escritora, compositora musical e estudiosa da Cabala. Autora de mais de 25 livros, Tatiane conversou com o PortalPlenaGente+ sobre o livro e destacou que a ideia para elaborar a obra “nasceu dentro de um grupo de estudos conduzido pela organizadora Corina Costa Ramos, que sistematizou o Método CHAVES: Competências, Habilidades, Atitudes, Valores, Espiritualidade e Singularidade”. Ela destacou ainda, que o grupo era “ composto majoritariamente por mulheres que vivenciavam a fase da envelhescência em diferentes contextos. A convivência e as reflexões tornaram evidente que havia um material de grande valor humano, teórico e prático que poderia ser compartilhado com outras pessoas. Daí a construção coletiva: cada autora contribuiu com experiências pessoais, práticas terapêuticas, espiritualidade, reflexões ou narrativas simbólicas que, juntas, compõem um mosaico realista da maturidade contemporânea”.
Na entrevista a seguir, Tatiana esclarece pontos importantes da ‘construção’ da obra. Acompanhe.
1 – Em quais conceitos e princípios se baseia a narrativa?
A narrativa é sustentada por três pilares principais:
O Método CHAVES, que organiza a jornada da personagem Dulce e orienta o leitor. As trilhas de aprendizagem, que funcionam como um percurso pedagógico que incluem Sentir e Renascer no Volume I e Ativação e Afirmação no Volume II. A simbologia dos elementos da natureza é utilizada para representar modos de aprender e estilos narrativos. Além disso, o livro se apoia em conceitos de autoconsciência, espiritualidade aplicada, revisão de memórias, autoconhecimento e resgate de potências muitas vezes adormecidas. Como parte estrutural da narrativa, compus uma música que funciona como trilha sonora literária do projeto. Ela aparece logo após o conto “O Retorno de Dulce” e antes da seção “Ser Envelhescente: Produtividade Criativa”, marcando uma virada emocional e temática importante no Volume II.
2 – De onde vem o termo “envelhescência” e qual a razão de utilizá-lo?
O termo é apresentado no livro com base no psicanalista Manoel Tosta Berlinck (1996), que define envelhescência como a fase em que a alma, que permanece jovem, encontra um corpo que envelhece. A obra também cita Mário Prata (1993) que descreve a envelhescência como uma etapa de transição emocional e psicológica semelhante à adolescência, porém voltada ao amadurecimento. Usamos o termo porque ele descreve com precisão uma etapa ativa, produtiva e transformadora da vida, que não corresponde nem à juventude nem ao envelhecimento tradicional, mas a uma fase própria.

3 – O livro se estrutura sobre “duas trilhas de aprendizado: ativação e afirmação”. Na prática, como isto funciona?
As duas trilhas aparecem no Volume II. São elas a Trilha da Ativação _ É o momento em que Dulce desperta talentos, curiosidades, capacidades criativas e competências que estavam latentes. Inclui revisitação de memórias, identificação de potências e práticas de presença. Funciona como o início da ação: mover-se, testar, experimentar. Aqui está incluído o Modelo Canva, que funciona como ferramenta prática para organizar ideias, projetos pessoais e vida profissional na fase madura; e a Trilha da Afirmação, o estágio de consolidação que estimula a autonomia, clareza emocional, estabilidade, reconhecimento de direitos e reorganização de papéis. É nessa trilha que o leitor estrutura seus objetivos e se posiciona com mais segurança na vida cotidiana.
As trilhas são sequenciais e complementares: primeiro ativar, depois afirmar.
4 – O que são os exercícios práticos presentes no livro?
Os exercícios reforçam a proposta de que envelhecer não é apenas refletir, é praticar. Eles incluem: práticas de autoconhecimento; dinâmicas de autoaplicação; técnicas terapêuticas usadas por Dulce (a personagem); modelos de planejamento pessoal eexercícios corporais, como o movimento. Todos oferecem direcionamento concreto para fortalecer autoestima, foco e bem-estar.
São exercícios simples, acessíveis e pensados para estimular a percepção, a consciência e a reconexão com a própria história, com aplicação prática para promover também o empreendedorismo e o voluntariado.

5 – O que seriam as estratégias de ação? Poderia dar um exemplo prático?
As estratégias de ação são desdobramentos do Método CHAVES, com foco em transformar reflexão em prática. Exemplo 1: Revisitação de memórias: aqui o leitor é convidado a revisitar lembranças pessoais para identificar competências e potências esquecidas. Esse processo serve para orientar decisões práticas: novos estudos, projetos criativos, empreendedorismo ou mudanças de rotina.
Exemplo 2 – Dissolução do medo paralisante: aqui o livro apresenta o medo como “falsa evidência aparentemente real” e orienta o uso da respiração lenta e consciente para neutralizar reações emocionais desproporcionais, trazendo o indivíduo de volta ao eixo antes da ação. São estratégias aplicáveis ao cotidiano, não teóricas.
6 – Onde o livro pode ser encontrado? Haverá um volume III?
Os dois volumes podem ser encontrados na plataforma da Amazon, no formato digital (e-book), e podem ser adquiridos pelo link:
https://www.amazon.com.br/Plenitude-na-Envelhesc%C3%AAncia-S%C3%A9rie-com-2-livros/dp/B0CZTH2K6Y
Sobre continuidade: não haverá Volume III, mas sim uma edição impressa e especial, reunindo ambos os volumes e incluindo um conto inédito, em que os personagens percorrem um fechamento simbólico e se encontram ao final da jornada.
7 – Se quiser acrescentar algo, fique à vontade.
O livro reúne múltiplas perspectivas de mulheres maduras, o que ampliou o olhar sobre a envelhescência e transformou o projeto em uma obra coletiva de grande força emocional e intelectual. No meu capítulo sobre a Cabala, no Volume I, trago fundamentos, leituras simbólicas e uma visão espiritual da maturidade. Esse capítulo trabalha renascimento, consciência, dualidade e propósito, sendo parte essencial da estrutura teórica da Trilha do Renascer.
Já no Volume II, com a música/poema “Envelhescente” apresento a expressão artística da fase da envelhescência, dando voz à maturidade criativa e à possibilidade de se reinventar com sensibilidade e lucidez.
Plenitude na Envelhescência demonstra que maturidade é potência: um período fértil para criar, reorganizar, aprender e agir. É uma obra que acolhe, mas também estrutura. Traz acolhimento, mas também método.
E, por ser uma construção coletiva, mostra que ninguém envelhece sozinho: envelhecemos em rede.
Nesta obra fui além: apliquei todas as minhas áreas de conhecimento. Além de ser coautora, escrevi em parceria com Corina uma reflexão sobre a luz infinita que, na prática, eu mesma duvidava conseguir traduzir em palavras. Outro desafio foi abraçar o coletivo e reunir os capítulos, fazer o projeto gráfico e a revisão de texto. Assumi também os registros, ficha catalográfica e ISBN, realizamos o lançamento na Amazon e tomei a iniciativa de inscrever o livro no Prêmio Jabuti. Eu estava certa, esta obra é de grande relevância: chegamos como finalistas.
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Jornalista, autora de 5 livros, um deles semifinalista do Prêmio Oceanos 2020.







