Pandemia matou cerca de 15 milhões, quase o triplo dos números oficiais, diz OMS

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No Brasil, a OMS estima 160 mortes em excesso para cada 100 mil habitantes, o que resultaria em mais de 1 milhão de vítimas do coronavírus.

Da redação*

A pandemia de covid-19 causou a morte de 14,9 milhões de pessoas em todo o mundo, estima a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ou seja, quase três vezes mais que as 5,4 milhões de mortes registradas oficialmente. Esse número corresponde às chamadas “mortes em excesso”, entre 1º de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2021. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (5).

A OMS calculou o excesso de mortalidade a partir da diferença entre o número de mortes que ocorreram no período e o total esperado na ausência da pandemia, com base em dados de anos anteriores. Esse número inclui óbitos diretamente relacionados à covid-19, mas também indiretos, em decorrência da sobrecarga da pandemia nos sistemas de saúde. São mortes atribuídas a outros males para os quais as pessoas não tiveram acesso à prevenção e ao tratamento.

“Estes números ressaltam não apenas o impacto da pandemia, mas a necessidade de todos os países de investirem em sistemas de saúde mais fortes, que possam sustentar os serviços essenciais de saúde durante as crises, incluindo sistemas de informação mais sólidos”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom.

“Devido aos investimentos limitados em sistemas de dados em muitos países, a verdadeira extensão do excesso de mortalidade geralmente permanece oculta”, destacou Samira Asma, diretora-geral assistente da Divisão de Dados, Análise e Entrega para Impacto da OMS. A medição do excesso de mortalidade, segundo ela, é um “componente essencial” para entender os impactos da pandemia.

Distribuição

De acordo com a OMS, a maioria das mortes em excesso (84%) está concentrada no Sudeste Asiático, Europa e Américas. Os países com maior excesso de mortes incluem Índia, Rússia, Indonésia, Estados Unidos, Brasil, México e Peru. Além disso, cerca de 57% das mortes em excesso ocorreram entre homens. E 82% em pessoas entre mais de 60 anos.

Para o Brasil, a OMS estima 160 mortes em excesso para cada 100 mil habitantes. Em cálculos aproximados, seriam 340 mil mortes a mais que as anunciadas. Somadas aos cerca de 663 mil óbitos registrados oficialmente seriam mais de 1 milhão de brasileiros mortos direta ou indiretamente pela pandemia.

“Devemos intensificar coletivamente nosso apoio aos países, para que cada nação tenha a capacidade de rastrear surtos em tempo real. E, assim, garantir a prestação de serviços essenciais de saúde e proteger a saúde da população”, ressaltou Ibrahima Socé Fall, também diretor da OMS.

Fonte: Rede Brasil Atual/ Foto de abertura: Reprodução internet

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