Atenção na hora de escolher seu médico

Na medicina, não basta sonhar em ser, mas, sim, em sempre ser. Esse “ser” abrange muitas virtudes: ser honesto, ser cuidadoso, ser estudioso, ser atualizado, ser atencioso, ser educado, ser pontual e ser HUMANO!

Ana Paula Simões**

Ser médico vai além de ser qualquer outra coisa. Quem é ou pratica outra coisa, mesmo com CRM, pode ser tudo, menos médico. A essência (positiva ou negativa) ninguém tira e nada muda, muito menos a profissão.

Portanto, existem bons e maus profissionais em todas as áreas. Nessa semana quis falar sobre isso, pois cabe à população saber discernir o joio do trigo. O exercício da medicina é, antes de tudo, um sacerdócio! Fez parte de um juramento! Faz parte da vida e da convicção dos que a exercem com dignidade e respeito!

Sou feliz e grata pela sorte de encontrar bons e maus exemplos no meu caminho, desde o primário até a pós-graduação, e também no esteio da família. Porém mais feliz ainda por poder escolher ao lado de quem quero sempre estar e continuar aprendendo cada vez mais sobre o dom de ser médico!

O cirurgião é o mais clínico dos médicos, pois tem que diagnosticar e, se não der certo clinicamente, agimos e operamos. Somos aquele que precisa ter o discernimento de avaliar com precisão a real indicação de um evento cirúrgico e só indicá-lo quando tivermos certeza. E ainda usar os materiais que são imprescindíveis e necessários para nos auxiliar, no caso das próteses, na fixação e correção dos ossos, até mesmo sua substituição.

A trajetória como especialista em ortopedia e traumatologia deve ser, sempre foi e sempre será pautada na avaliação multidisciplinar e na indicação de um procedimento cirúrgico como última alternativa, após todas as etapas de um tratamento.

Portanto, leitor, questione caso receba indicação cirúrgica em uma primeira avaliação. Obviamente, existem os casos agudos e traumáticos que merecem intervenção imediata, mas mesmo assim questione.

Infelizmente, muitos pacientes procuram os especialistas após já terem sidos operados e apresentando “cicatrizes” irreversíveis, de difícil resolução. Por isso, mais uma vez cabe ao paciente discutir com seu médico de confiança qual o melhor tratamento, o tipo das próteses e materiais ortopédicos, e a real necessidade do uso.

Enfatizo que os métodos cirúrgicos de tratamento são importantes, sim, e necessários, desde que sejam corretamente indicados, e que o sejam somente pelas circunstâncias clínicas que os envolvem.

Desejo que os bons, aqueles que têm aquele antigo juramento em seu alicerce, consigam se sobressair e se diferenciar, e que realmente os honestos permaneçam.

Atenção nas escolhas!

 

**Ana Paula Simões é Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte.

fonte: Assessoria de Imprensa da Santa Casa/SP – (Imagem de abertura: Pixabay).

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