Brasil em 2020: o que deu errado e a culpa é de quem?

Com a maior crise mundial dos últimos tempos, o isolamento social, a ganância e falta de regulação, estes são alguns fatos. A queda da bolsa abalou nossas estruturas, a intolerância e o desemprego começaram a tomar conta e, politicamente, estamos em guerra.

 Rosangela Sampaio**

No momento em que escrevo (primeiro semestre de 2020), a maior parte do mundo parece estar preocupada com a assustadora recessão financeira. Eu certamente estou assustada.

Sendo mãe e esposa, no auge da minha carreira, com meus negócios decolando, meu faturamento caiu cerca de 60% últimos três meses.

O que deu errado e de quem é a culpa?

Com a maior crise mundial dos últimos tempos, o isolamento social, a ganância e falta de regulação são alguns fatos. A queda da bolsa abalou nossas estruturas, a intolerância e o desemprego começaram a tomar conta e, politicamente, estamos em guerra.

Minhas ideias sobre cada uma dessas coisas (com exceção da falta de regulação) não são mais esclarecidas do que as dos meus leitores. Mas dois supostos ‘culpados’ me afetaram o suficiente para que eu quisesse comentá-los: as faltas de educação emocional e financeira.

Educação emocional tem, por propósito, ensinar aos indivíduos a capacidade de reconhecer e avaliar os seus próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles de forma construtiva, mesmo diante dos desafios.

Educação financeira tem, por finalidade, ensinar os indivíduos a administrar seus rendimentos, tomar decisões sobre  investimentos, consumir de forma consciente e saber como prevenir situações de fraude.

Pensando assim…

Nós somos responsáveis por essa recessão. Não nos preparamos como empresários, empreendedores e/ou como pessoas físicas. Nós demos poder aos líderes que temos hoje e jogamos a nossa responsabilidade de nos prepararmos para vivermos emocionalmente e economicamente, de forma estável, nas mãos de outras pessoas que julgamos melhores preparados.

Quanto tempo, de fato, nos dedicamos para estudarmos, na criação de filhos autorrealizadores, nos relacionamentos bem-sucedidos, negócios e/ ou empreendedorismo, economia e investimentos?

Existem dois tipos de realidade. Uma não é influenciada pelo que os seres humanos pensam, desejam ou esperam, é uma realidade independente, como quando um piloto está decidindo se deve voar durante uma tempestade.

O outro tipo de realidade é influenciada e até mesmo determinada por expectativas e percepções pessimistas ou otimistas.

E você se vê influenciado por qual realidade?

O desenvolvimento de novas competências é a chave da virada

Competência nada mais é do que a capacidade de coordenar, de modo eficaz, diferentes conjuntos de conhecimentos, habilidades e atitudes que permitem um desempenho superior, diante de qualquer crise.

  •  O conhecimento refere-se a saber o que fazer;
  •  As habilidades estão relacionadas ao “como” fazer;
  •  As atitudes dizem respeito a querer fazer.

Se um desses elementos estiver faltando, não se pode falar em competência.

Você já parou para pensar que muitos dos resultados negativos que você está obtendo podem ter sido gerados por comportamentos improdutivos?

Suas ações exercem um impacto direto nos seus resultados e a eficácia dessas ações, em grande parte, são determinadas por seu comportamento.

Mude seu comportamento e as coisas também se modificam

Conheça agora três etapas do processo de mudança comportamental que podem ajudar você neste momento tão delicado.

Gerenciar gatilhos: você já parou para pensar nas instruções que você dá a si mesmo antes de agir desta ou daquela maneira? Instruções negativas como “eu não vou conseguir”, podem induzir a resultados negativos;

Gerenciar comportamentos: depois de controlar suas ações impulsivas, é hora de cuidar do jeito que  você expressa suas emoções, para que possa exibir o comportamento desejado;

Gerenciar as consequências do comportamento: consolidar mudanças comportamentais é um processo que exige empenho e disciplina, monitore os resultados de sua mudança de comportamental.

Dar instruções positivas a si mesmo é um bom começo para reverter situações desafiadoras.

Determinados estímulos são como gatilhos que disparam reações e comportamentos correlatos.

Entender como os estímulos controlam o que nós fazemos é o primeiro passo para mandarmos em nossos comportamentos.

Caso não consiga fazer mudanças efetivas sozinho, busque ajuda de um profissional qualificado.

E lembre-se: educação emocional e financeira podem ser aprendidas!

**Rosangela Sampaio

Rosangela Sampaio é psicóloga, palestrante, escritora, coach de carreira e apresentadora do programa Mulheres em Flow.

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