Solidão e isolamento social são ameaças para a longevidade, assim como a obesidade

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“O efeito da solidão e do isolamento social é comparável à obesidade, algo que a saúde pública deveria levar muito a sério. Precisamos começar a tomar mais cuidado com nossas relações sociais”, alerta a  geriatra Elaine Kemen Maretti

 

Redação Plena

Pergunte às pessoas o que é preciso para viver uma vida longa. Elas vão enumerar coisas como praticar exercícios físicos, tomar ômega-3 e consultar o médico regularmente. Agora, uma pesquisa mostra que a solidão e o isolamento social são ameaças tão graves à longevidade, quanto a obesidade.
O efeito da solidão e do isolamento social é comparável à obesidade, algo que a saúde pública deveria levar muito a sério. Precisamos começar a tomar mais cuidado com nossas relações sociais”, alerta a  geriatra Elaine Kemen Maretti, que integra o corpo clínico do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares.
A solidão e o isolamento social podem ser muito diferentes. Por exemplo, alguém pode estar cercado por muitas pessoas, mas ainda assim se sentir sozinho. Outras pessoas podem isolar-se porque preferem ficar sozinhas. “Mas o efeito sobre a longevidade, no entanto, é o mesmo, nos  dois cenários”, avisa a médica.
“Os números apresentados pelos pesquisadores são preocupantes. Não só contamos com as taxas mais elevadas de pessoas vivendo sozinhas, em todo o século, mas também temos os mais altos índices de solidão já registrados no planeta. Com a solidão em ascensão, estamos prevendo uma possível epidemia no futuro”, alerta Elaine Maretti.
O estudo analisou dados de uma variedade de estudos de saúde. No total, a amostra incluiu mais de 3 milhões de participantes, reunindo dados relativos a solidão, isolamento social e informações sobre quem vive sozinho. Com o controle de variáveis, como status socioeconômico, idade, sexo e condições de saúde pré-existentes, os pesquisadores descobriram que os efeitos do isolamento social são muito graves. “A falta de conexões sociais representa um risco adicional à saúde e a existência de relacionamentos confere um efeito positivo sobre a  saúde”, diz a médica.
Pesquisas anteriores já apontavam o risco elevado de mortalidade em função da solidão na mesma categoria de fumar 15 cigarros por dia e ser um alcoólatra. O estudo atual sugere que os riscos para a mortalidade relacionados à solidão superam os riscos associados à obesidade.

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