Flávia Alessandra, Claudia Ohana, Letícia Spiller, Paula Burlamaqui opinam e mostram pensamentos variados em relação ao assunto
Jornal Extra/Carol Marques
O etarismo é a palavra da vez. Trocando em miúdos, no popular, significa o preconceito contra qualquer pessoa baseado em sua idade. Mas nós, mulheres, estamos no topo dessa cadeia rudimentar. É para gente que os olhares tortos são enviados. Não existe glamour em envelhecer. É uma DROGA! Acredite em mim. Principalmente quando vem precedido de chavões e clichês, como se não nos houvesse outra alternativa a não ser nos privarmos. Nos trancarmos, ficando no escuro, à margem, para que ninguém tenha que lidar com nossas rugas, osteoporose e cabelos brancos além de nós mesmas. É como se nós, as ‘tias’, não tivéssemos direito ao prazer.
‘É triste ser julgada como velha aos 49 anos’
Flavia Alessandra trouxe o etarismo para o centro do debate quando fez um post para celebrar seus 49 anos com um maiô fio-dental, na semana passada. A atriz se assustou com a quantidade de comentários “maldosos, machistas e sexistas” que recebeu:
“É muito triste saber que uma mulher é julgada aos 49 anos como velha. Enquanto os homens na mesma idade são interpretados como galãs. O meu desejo é que nós, mulheres, possamos viver sem tantas críticas, que os homens se tornem conscientes sobre as suas falas e que nós, mulheres, tenhamos um pacto de paz, apoiando umas as outras”.
‘Que tal elogiar sem usar a idade?’
Quem também endossou o assunto nos últimos dias foi Ingrid Guimarães. A atriz usou o Instagram para criticar a quantidade de matérias jornalísticas que enfatiza a idade das mulheres acima dos 50 anos em seus títulos.
“Leio frases como ‘está inteira para idade’, ‘Está conservada…’, ‘Parabéns por envelhecer sarada…’. São ‘elogios’ que também comunicam o quanto nossa sociedade não está preparada para ver as mulheres envelhecerem. Que tal elogiar sem usar a nossa idade?”, disse a atriz, que vai completar 51 anos no próximo dia 5.
‘Envelhecer é um sofrimento’
Para Paula Burlamaqui, “envelhecer é um sofrimento”. “Mas a outra alternativa é morrer, e eu gosto muito da minha vida. Sou uma mulher muito vaidosa. Comecei a fazer procedimentos com quase 40 anos. Acho que a gente tem que se cuidar, sim. Mas você vai ficar ‘puxando’ até quando? Tem uma hora que você precisa encarar as suas rugas e os anos de vida que tem e seguir. Se você deixa isso dominar a sua cabeça, você está ferrado”, avalia a atriz de 56 anos, que há pouco tempo voltou a fazer terapia para lidar melhor com o assunto.
‘O mercado é cruel com as mulheres’
Letícia Spiller festejou 50 anos na semana passada e há meses vem debatendo o etarismo e a cobrança da sociedade para que as mulheres se mantenham belas e jovens.
“Por muitos anos nos sentíamos no fim da carreira chegando aos 40. O mercado muitas vezes é cruel”, disse a atriz, chamando atenção para a desigualdade entre os sexos na indústria do entretenimento. “Ainda é preciso reforçar que essa cultura do etarismo e a desigualdade na forma como homens e mulheres são valorizados no mercado em geral. Para nós, mulheres, esse tipo de preconceito é muito mais acentuado”.
‘Me acho gostosa aos 60 anos’
Claudia Ohana também faz coro para repreender o etarismo. “Sim, me achando gostosa aos 60 anos”, escreveu a atriz numa foto de biquíni diante do espelho: “Me perguntam se ainda faço sexo, se vou me aposentar. Como se no dia seguinte você parasse de fazer sexo, você tivesse que se aposentar. É um absurdo isso. Aos 60, eu ando de patins, jogo frescobol quase todo dia, jogo videogame com meu neto. Tenho um lado bem criança e bem adolescente. Me permito viver”.
imagem de abertura: Claudia Ohana/créditos Instagram da atriz
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