ALZHEIMER: FALTA DE INFORMAÇÃO E PRECONCEITO

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por Silvia Masc – Caravana da Pessoa Idosa

Recentemente eu estava no cabeleireiro quando chegou uma senhora muito simpática e a manicure comentou – A senhora anda sumida! – Ela então respondeu – É, está difícil, “eu tenho um mal de Alzheimer em casa”.
Fiquei pensando… Que doença é essa? Rouba até a identidade da pessoa! Nunca ouvi alguém dizer; “eu tenho uma gripe ou um câncer em casa”. Não é de se admirar que haja tanto preconceito.
Convém esclarecer que a nomenclatura da doença não é mais “Mal de Alzheimer”, e sim “Doença de Alzheimer”, em referência ao psiquiatra alemão Dr. Aloysius Alzheimer que em 1906 apresentou o primeiro caso da doença, durante um congresso científico na Alemanha.
Naquela época, não se sabia praticamente nada sobre a doença, por essa razão era usada a nomenclatura Mal de Alzheimer, quando se passou a conhecer um pouco mais da doença, mesmo não havendo cura, passou então a ser denominada Doença de Alzheimer (DA). Assim como já se usou dizer Mal de Parkinson e hoje se diz Doença de Parkinson ou simplesmente Parkinson.
Soube de uma pessoa que pediu ao avô que não levasse a avó em eventos da família, porque de acordo com ela, a avó causava constrangimentos com a sua repetição de perguntas. Creio eu que ela fez esse comentário absurdo por total falta de informação.
Além do preconceito, a falta de informação banaliza essa doença terrível, é comum pessoas ao observarem os esquecimentos em alguma pessoa mais velha, fazerem um pronto diagnóstico, sem qualquer base científica. Alzheimer não é apenas esquecimento, ele é um dos sintomas da 1ª. fase da doença.
Algumas pessoas também não sabem diferenciar Demência, de Alzheimer. Na doença de Alzheimer a demência é presente, mas quem tem algum tipo de demência, necessariamente não tem Alzheimer. Como disse aqui anteriormente, a demência desce degraus, e a DA desce rampa em velocidade maior e em algum momento elas se encontram.
Enquanto não existir cura, vamos cuidar do portador de DA ou outras demências com amor, nunca esquecendo que eles NÃO SÃO a doença, eles são pessoas que tiverem a infelicidade de tê-la, eles não perderam os seus nomes, as suas preferências e as suas convicções e mesmo que elas não estejam mais aparentes, nós sabemos como eles eram antes da doença e devemos respeitá-los.
Mais do que nunca, nós que convivemos com a doença de Alzheimer (DA) ou qualquer outra demência, devemos ter como missão, informar sobre a doença, assim tentarmos para diminuir o preconceito.

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