PERTO DE 300 MIL MORTOS, E…? É GUERRA

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Estamos chegando a 300 mil mortos. 74% são pessoas com mais de 60 anos. Não temos vacinas suficientes. E pelo andar da carruagem não teremos tão cedo. Estamos numa guerra cujo inimigo não vemos. Percebemos sua existência pelos corpos enterrados.

O site discute o envelhecimento populacional brasileiro sem nenhum preconceito. Há seis anos levamos informações, noticias, discussões e serviços sobre todos os aspectos inerentes ao processo de envelhecimento demográfico rápido do Brasil.

Wanderley Parizotto**

Falamos sobre saúde, economia, sexualidade, cultura, educação, mercado de trabalho, previdência, esportes, eventos e etc., com a intenção de  que a sociedade brasileira se prepare para viver em um país que, em breve, terá a maior parte da sua população com mais de 60 anos.

Assim, resumidamente, falamos sobre vida.

Norteados por este  propósito, estamos tentando levar aos nossos leitores tudo que é relevante sobre o difícil momento pelo qual passa o mundo. E não iremos compactuar com bazófias e irresponsabilidades, venham elas de qualquer posicionamento político.

O país não tem mais tempo para amadores, falas inconsequentes, maluquices.

Enquanto morrem quase 2 mil pessoas por dia, o Brasil se isola do resto do mundo. Somos vistos como uma nação de segunda categoria.

Não é possível continuarmos assim. O Brasil precisa de um plano nacional articulado de enfrentamento da crise, tanto sanitária quanto econômica. Um plano construído por cientistas, médicos, economistas e outros. O país tem gente competente para isso.

Um plano de combate ao coronavírus com campanhas de comunicação massivas de isolamento, uso de máscaras, de vacinação. Estamos em guerra.

Um plano que contemple medidas de isolamento social rígido por um período, que seja curto, mas é necessário. O Brasil em nenhum momento fez isso, não houve isolamento social sério. O vírus precisa parar de circular. Caso contrário o número de contaminados e mortos continuará a crescer todos os dias. Retomar o auxílio emergencial agora, para que as pessoas possam ficar em casa por um tempo. Como economista, afirmo que é possível retomar o auxílio. O governo não quebrará, até porque nenhum governo quebra.

Lembro que o PIB não caiu mais em 2020, -4,1%, graças ao auxílio emergencial.

Todos os países do mundo aumentaram seu endividamento para combater a crise. O Brasil também aumentou o seu. Neste momento pode  se endividar mais, até porque nossa dívida é em Reais e não em Dólar, o que nos dá enorme vantagem.   Mas para fazê-lo sem criar maiores problemas é preciso ter competência.

As mutações do vírus são assustadoras e ninguém sabe como ele será nas próximas semanas. Podendo, inclusive, ser muito mais contagioso e letal.

Não temos hospitais e profissionais em número suficiente para atender tanta gente infectada. Os hospitais e profissionais da saúde estão perto do limite da capacidade de atendimento. Diversos já estão acima, com pessoas esperando em carros, ambulâncias e corredores de hospitais por atendimento. E outras tantas morrendo em casa. 

Não é mais possível prefeitos e governadores tentarem isoladamente combater a pandemia. Sem um plano nacional de enfrentamento, nada terá resultado efetivo. Os estados e cidades não são isolados. Não adianta uma cidade tomar atitudes de isolamento, obrigar o uso de máscaras e etc., se as cidades do seu entorno não fizerem a mesma coisa, pois as pessoas circulam de uma para outra, levando e trazendo o vírus.

Não temos mais tempo. Não é uma visão catastrófica, pessimista. É um olhar da realidade.

Enquanto no resto do mundo o número de contaminados e mortos cai, aqui aumenta e muito.

Se nada for feito e rápido, faltará cova em cemitério. Teremos que armazenar corpos em containers refrigerados. Como já está ocorrendo em alguns lugares no Brasil.

Protejam-se, usem máscaras, mantenham distanciamento, evitem aglomerações, não saiam de casa sem a necessidade devida.  Pelo menos, façamos a nossa parte.

Entre leitores que estão nos cancelando e a possibilidade de um enfrentamento mais lúcido que gere menos danos, ficamos com o segundo, indubitavelmente.

 

** Economista e criador deste site.

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