Inteligência Artificial é usada para descartar currículos mal-elaborados

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Adriana Caldana recomenda a quem busca por colocação no mercado de trabalho deixar os currículos enxutos e ativos nas plataformas de emprego

Jornal da USP

Recente pesquisa sobre recursos humanos mostrou que 45% dos recrutadores levam apenas 20 segundos para descartar um currículo. Essa rapidez, conta a professora Adriana Caldana, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, é explicada pelo uso cada vez mais frequente da Inteligência Artificial nessas triagens.

Segundo a professora, pelo grande volume de currículos recebidos, as organizações estão usando a tecnologia para filtrar dados disponibilizados em nuvens e internet e comparar com as habilidades requeridas pela vaga, realizando a triagem em questão de microssegundos. Por isso, recomenda a quem busca por colocação no mercado de trabalho deixar os currículos enxutos e ativos nas plataformas de emprego e também associar ao perfil palavras-chave relacionadas à vaga pretendida. Os cuidados podem evitar o descarte de candidatos, feito quase que imediatamente por 68% dos recrutadores, por “falta de experiência” constatada em má estruturação do currículo.

Informa a professora que existem até cursos com profissionais de tecnologia da informação que ensinam a conectar o currículo do candidato às palavras-chave verificadas pelos recrutadores ou até mesmo pelas plataformas digitais de emprego. “Antigamente a gente ensinava como desenhar o currículo, hoje é mais comum a gente dar dicas, como associar as palavras-chave ao nosso perfil profissional”, diz.

A dica do consultor de Recursos Humanos Danilo Egéa Marques é destacar as habilidades, conhecimentos e competências que atendem ao perfil da vaga. Para a tomada de decisão, a referência do recrutador “é o conjunto de habilidades que o candidato coloca no currículo”, afirma Marques.

Já a empresária de RH Renata Torres, que é especialista em diversidade e liderança, acredita que a melhor avaliação não deve ser feita às pressas e exige um recrutador atento e focado. É importante, garante, procurar as informações relevantes, já que o currículo pode não estar “tão bem estruturado e um bom candidato pode ser descartado”. Renata alerta ainda a respeito de processos seletivos “um pouco enviesados” em que os gestores não selecionam candidatos pelas suas habilidades, mas por identificação de raça ou de gênero, por exemplo.

De toda forma, Marques concorda que o descarte rápido pode, sim, eliminar um bom candidato, mas alerta para a responsabilidade sobre a construção de um bom currículo que é devida a quem busca pela vaga.

fonte: Jornal da USP

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