Osvaldo e Jocilene vivem há quatro anos em seu sítio em Alto Paraguai, município do oeste mato-grossense, onde produzem hortaliças, ovos e mudas de espécies nativas e frutíferas
Entre as nascentes do Rio Paraguai e fazendas produtoras de grãos e criadoras de gado, o casal vem abrindo novos caminhos por meio da geração sustentável de renda e da recuperação da vegetação nativa e nascentes da região.
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“Eu tenho que deixar um legado, né? O meu legado vai ser deixar mais de mil mudas plantadas, não só para mim, mas para aqueles que vieram. Porque quando a gente chegou aqui, já achamos pronto. Então, vamos deixar para quem vai ficar também”, diz Osvaldo.
A vontade de produzir de uma forma diferente, sem desmatamentos e respeitando os processos naturais de cada planta, conta Osvaldo, primeiro teve que superar os hábitos locais. Com um histórico em atividades de pecuária e garimpo, Alto Paraguai tem pouca oferta dos produtos essenciais para a produção em pequena escala, como mudas, adubos e sementes.
“É muito difícil o pequeno produtor ter apoio. Antes era difícil até para você conseguir mudas. Você ia nos viveiros e, além de quase não ter as mudas, era um absurdo de caro. Chegamos a pagar 25 reais em uma muda de limão que você tinha que fazer o pedido e esperar o cara fazer o enxerto para nos mandar”
Hoje o sítio do casal conta com uma área preservada, além de sistemas agroflorestais que unem espécies frutíferas e espécies nativas, criando um modelo lucrativo e sustentável de produção em pequena escala.
“Hoje a gente tem laranja, ponkan, limão, banana, cupuaçu, aroeira, cambará, ipês rosa, roxo e branco, cedro, acerola, pequi, caju, jatobá. É muita muda. A gente fica até perdido, mas tá tudo dando certo”.
Ainda assim, apesar de viverem a poucos quilômetros das nascentes do Rio Paraguai, um dos rios mais extensos do mundo e principal abastecedor do Paraná, Jocilene comenta que a falta de água ainda é a principal dificuldade do casal. No começo do plantio, com as mudas precisando de água e o custo elevadíssimo dos poços, se uniram para garantir a sobrevivência de suas novas plantas.
“Como era período seco, quando as mudas chegaram, a gente ia com o regador molhando. Tinha vezes que a gente ficava até à noite, mas eu falava: ‘não vamos perder, não, nós vamos conseguir!’ E graças a Deus, conseguimos, não tivemos perdas de nenhuma muda”.
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