Empreender: é impossível fazê-lo sem conhecer as ferramentas da matemática financeira e contabilidade, em seus sentidos mais amplos

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Por: Wanderley Parizotto – economista

 
Criou-se entre nós a ideia de que matemática é difícil, complicada e para poucos. Será? Claro que não.
Façamos um exercício simples: Ao longo de um dia, observe quantas vezes vocês usam as quatro funções básicas da matemática (adição, subtração, multiplicação e divisão), consciente ou inconscientemente. Não dá para contar.
Na direção de um negócio, a aplicação da matemática não é uma ação inconsciente, é necessária.  Saber fazer contas é tão importante quanto o capital de giro. Aliás, não saber fazer contas pode acabar com o capital de giro e, talvez, arruinar o negócio.
Quanto mais consciente dos números da empresa, bons ou ruins, maiores as possibilidades tem o empreendedor para decidir certo ou menos errado.
E quanto piores os números mais o empresário deve conhecê-los. 
Além de conhecer números, deve ter claro conceitos. 
Margem não é lucro. Lucro não é pro labore. 
Como precificar? Como tratar impostos? Como analisar crédito de clientes? Como separar as contas pessoais das contas da empresa? 
Como olhar o balanço patrimonial da empresa?
Dívida é ruim? Não necessariamente. Se a dívida a ser contraída for para crescimento da empresa, se os juros pagos são inferiores à taxa de retorno e, por fim, se o prazo para amortização da dívida for compatível ao tempo de retorno do investimento, nada de errado, pelo contrário.
Qual a capacidade de endividamento da empresa? Ela tem fôlego para crescer com as próprias pernas, ou precisará de investimentos de terceiros? Qual é sua capacidade de gerar caixa? É hora de crescer?
Como construir e entender o fluxo de caixa da empresa?
Onde e como aplicar sobras de caixa? Em estoque? Mercado financeiro? Onde e como?
O empreendedor não precisa ser especialista em todos esses temas, porém entendê-los é dever de ofício, independente do seu tamanho. Aqui é bom deixar bem claro, qualquer empresário, do muito pequeno ao grande, precisa ter estes conceitos.  Ressalta-se que intuitivamente a maioria já os tem. Mas é necessário colocar tecnicamente cada um no seu lugar, criar instrumentos de análise e crítica  para o processo decisório.
Caso não consiga, procure algum profissional que o ajude.
Desmistificar a matemática e finanças é o primeiro passo para empreender, sem isso é o mesmo que pilotar um Boeing, a dez metros do chão e sem instrumentos de bordo. Boa sorte. 

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