A flexibilidade corporal, a capacidade que uma pessoa tem de movimentar as articulações em sua amplitude natural, é um dos pilares mais importantes para a aptidão física e uma velhice mais saudável.
Piela Yamashita
Contudo, quando somos jovens, focamos principalmente em melhorar outros aspectos, como a
resistência cardiovascular e a força muscular praticando exercícios de alta intensidade, sem dar a devida atenção aos exercícios de flexibilidade.
Por que a flexibilidade é importante?
À medida que envelhecemos, perdemos elasticidade e esta perda pode limitar
movimentos básicos, causar dores e lesões e aumentar o risco de quedas. Segundo Dominique Gummelt, PhD e profissional certificada do Colégio Americano de Medicina do Esporte, a flexibilidade é importante para realizar as atividades diárias com facilidade.
“Levantar da cama, levantar mantimentos e passar o aspirador no chão exige um certo nível de flexibilidade que, se não for cuidado regularmente, se deteriora com o tempo. O envolvimento em um treinamento regular de flexibilidade pode ajudar a aumentar a mobilidade das articulações, melhorar a postura, diminuir a dor nas costas e o risco de lesões” afirma Gummelt.
A saúde dos idosos durante a pandemia
Segundo o estudo ConVid _ Pesquisa de Comportamento _ realizado pela Fundação
Oswaldo Cruz e pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais)_que entrevistou 9.173 idosos, 21,9% apresentaram piora do estado de saúde. Isto ocorreu principalmente devido aos casos positivos de COVID-19, mas também em razão dos sentimentos de solidão e tristeza causados pelo isolamento e a diminuição da prática de atividades físicas neste período.
Muitos idosos em idade avançada não podem praticar exercícios de alta
intensidade como corrida, musculação com pesos e outros esportes que exigem
mais força, pelo alto risco de lesões.
Contudo, modalidades como o Yoga e o Pilates são uma ótima opção para que se mantenham ativos e melhorem a flexibilidade através dos exercícios de alongamento, de baixa e média intensidade.
A seguir, oferecemos duas opções:
1. Yoga
O Yoga é uma prática milenar indiana que visa o bem-estar físico e mental através da meditação, técnicas de respiração e exercícios para fortalecer o corpo. A prática pode ajudar a melhorar a disposição física, a flexibilidade, o aumento do tônus muscular, além de favorecer a redução do estresse. Possui várias modalidades, como o Hatha Yoga, focado na execução de posturas
mais estáticas (asanas) combinadas com a respiração (pranayama), ou o Ashtanga Yoga, uma prática mais dinâmica que sincroniza a respiração com um conjunto progressivo de posturas.
2. Pilates
O pilates é uma série de movimentos controlados focados no fortalecimento dos
músculos do abdômen, do quadril e das costas. Além de fortalecer os músculos,
trabalha o alongamento e ajuda na flexibilidade. A grande diferença entre o pilates e o yoga é que o primeira foca principalmente no condicionamento físico e trabalha diferentes partes do corpo, uma de cada vez, e pode ser feito com ou sem aparelhos de resistência. Já o yoga foca tanto no aspecto físico como emocional e espiritual e é feito, geralmente, sem o uso de qualquer equipamento, no máximo, elásticos ou pequenos blocos de apoio, trabalhando o corpo como um todo.
Estas duas modalidades combinadas são ótimas como tratamentos preventivos de perda de elasticidade e doenças mentais, como ansiedade e depressão.
Ser flexível vai muito além de poder tocar as pontas dos pés com as mãos, trata-se de um aspecto essencial para nossa saúde e bem-estar que se torna ainda mais indispensável na terceira idade para realizar atividades do dia-a-dia. Portanto, exercícios de flexibilidade podem e devem ser incluídos na rotina de treinos e é uma boa alternativa para envelhecer de forma ativa, saudável e
independente.
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