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A vacinação é importante para a população adulta? Se vivermos 90 anos, todos teremos demência? Estas e outras respostas foram dadas por alguns dos principais especialistas médicos do país; |
Como a medicina pode contribuir para o envelhecimento populacional? Muito se fala sobre envelhecer, mas como é possível envelhecer bem, de forma ativa e com qualidade de vida em um mundo como o nosso? E, mais, em um país como o Brasil onde muitos não respeitam os mais velhos, onde não há políticas públicas que assegurem seu bem-estar? É notório que a pandemia deixou sequelas irreversíveis em muitas pessoas, do ponto de vista cognitivo. A população 50+ foi a que mais sofreu. Por isso, alguns dos principais especialistas médicos das áreas da cardiologia, neurologia, psiquiatria, geriatria, oncologia, entre outros, a convite da Orentt Medical, discutiram sobre o envelhecimento e o futuro da saúde na primeira edição do evento “Envelhecimento Ativo e Medicina do Futuro”. A proposta foi falar abertamente sobre prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças associadas aos idosos, aspectos psíquicos, físicos e sociais, gestão em saúde, inovação e tecnologia, vacinação na população adulta, todos relacionados ao processo de envelhecimento. O que dizem os especialistas? A proposta do dr. Fernando Maluf, um dos principais oncologistas do país, foi abordar as novas táticas para que as pessoas de mais idade cronológica tenham uma vida absolutamente funcional. Falar de estratégias para que elas consigam permear uma vida com saúde, a despeito da cronologia, falar das estratégias preventivas e terapêuticas, e de cuidados para uma população que vem sendo cada vez mais frequente não só no mundo, mas no Brasil, é fundamental. “Este projeto, do qual faço parte, está focado neste tema que, para mim, é um dos temas mais centrais hoje em saúde no país e no mundo”, reflete. Como o envelhecimento ativo se conecta com a inovação e com a medicina do futuro? Um dos precursores do conceito de envelhecimento ativo, dr. Alexandre Kalache, definiu-o como um processo de preparação, ao longo de toda a vida, baseado em quatro pilares: saúde, conhecimento, participação e proteção. “Envelhecer é bom, ruim é morrer precocemente”, comenta. Segundo ele, um grande obstáculo ao envelhecimento ativo é o idadismo (e não etarismo), a percepção de que o mundo é para os novos e de que os idosos são um peso. “Cabe à sociedade civil um papel fundamental, de monitorar e cobrar ações dos governantes e gestores do momento para combater essa visão de mundo”, comenta. E no pós-pandemia? Segundo o psiquiatra dr. Táki Cordás, os principais fatores de estresse entre os idosos neste período foram o medo da morte pessoal ou de uma pessoa próxima, o medo de adoecer, o medo de perder a autonomia, o temor da falta de remédios e assistência médica, o medo de sentir-se descartável, a menos-valia e o medo da solidão, entre outros. “Tudo isso precisa ser levado em conta”, diz.
Outro ponto é falar da importância da vacinação na prevenção da população adulta. “É de extrema relevância resgatarmos a confiança na vacinação”. Quanto às perspectivas futuras, a dra. Rosana Richtmann, médica infectologista e referência no assunto, reconheceu um salto tecnológico impulsionado pela pandemia. Em relação ao trato respiratório, um ponto particularmente vulnerável nas pessoas mais idosas, é possível termos vacinas anuais contra a Covid, a influenza, o vírus sincicial respiratório e a coqueluche. Existem, segundo ela, estudos de vacina contra a doença de Alzheimer. Quando falamos em doenças neurodegenerativas, pensamos logo em quedas. As quedas são uma causa importante de mortalidade em idosos. Sabemos que a maior parte ocorre dentro de casa. Um em cada três idosos em algum momento sofrerá uma queda, segundo o neurologista dr. Marcelo Calderaro. “Dentre as causas não-naturais, representa cerca de 40% da mortalidade. É um número bastante alto para não olhar com cautela”, avalia. É possível então viver mais de 90 anos com tantos obstáculos? Sim, mas é preciso conhecer os fatores que impactam a vida do idoso com qualidade. A casa em que o idoso vive deve ser pensada para oferecer segurança. E se vivermos tudo isso, todos nós teremos demência? Esta é uma questão levantada pelo neurologista dr. Paulo Caramelli. Diversos estudos com centenários mostram que, embora uma parcela desses indivíduos mantenha um desempenho cognitivo global preservado, a maior parte apresenta alguma forma de demência. Mas, é possível chegar a uma idade muito avançada com desempenho bem acima do esperado até para pessoas mais novas (as chamadas superagers), que vêm despertando muito interesse dos pesquisadores. A grande questão é como viver bem, de acordo com o médico sanitarista dr. Gonzalo Vecina. “Qual a proporção do viver bem correspondente às ações individuais e qual a da coletividade? Para podermos viver bem, não existe outra saída: o estado tem que estar presente e ditar políticas públicas que consigam melhorar o acesso e promover o cuidado com qualidade”, diz. Doenças cardiovasculares – diagnóstico e tratamento interdisciplinar -, o etarismo e como impulsionar a política de inclusão no mercado de trabalho, a importância dos cuidados nutricionais, a realidade virtual no ambiente metaverso e os avanços na humanização da tecnologia, além dos avanços na telemedicina, robótica e simulação virtual na medicina do futuro foram outros assuntos discutidos na primeira edição do “Envelhecimento Ativo & Medicina do Futuro”. O projeto é realizado pela Orentt Medical, healthtech com foco em educação voltada para médicos e profissionais de saúde. A primeira edição contou com apoio da BBRO Health, do Instituto Vencer o Câncer e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, e patrocínios das empresas Knight, Pfizer, Novartis, Jannsen Oncology, MSD e Danone. (fonte assessoria de imprensa) |
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