Pesquisador aponta seis dimensões da longevidade
O aumento da expectativa de vida da população em todo o mundo é uma discussão extremamente atual. Estudiosos de diferentes culturas e partes do mundo conjecturam sobre os possíveis motivos para o fato: seria alimentação? Espiritualidade? Família? Valores que sustentam um padrão de vida estão no topo dessas discussões. Mas, afinal, quanto tempo ainda vamos viver?
Segundo Alexandre Correa Lima, em algumas regiões do planeta onde se vive muito acima da média, normalmente há condições melhores de saúde.
“Essas áreas foram apelidadas de Blue Zones, ou zonas azuis: Icaria, na Grécia; Ogliastra na Sardenha (Itália); Okinawa no Japão; Península de Nicoya na Costa Rica; e Loma Linda, uma comunidade adventista na Califórnia (EUA)”, explica.
Segundo o especialista, obviamente essas não são as únicas áreas do mundo com alta concentração de idosos saudáveis, mas como o estudo original se concentrou nessas zonas, elas acabaram ganhando fama internacional e são vistas como as representantes “oficiais” das blue zones.
O Chipre e a longevidade
Recentemente o programa jornalístico ‘Globo Repórter’ destacou o Chipre, uma pequena ilha localizada no mar mediterrâneo. A população do país, de pouco mais de 1 milhão de habitantes, é menor do que a da cidade paulista de Campinas, e a expectativa de vida da população supera os 80 anos de idade.
Correa ainda aponta que embora a “receita” da longevidade não seja idêntica nas cinco áreas estudadas, elas compartilham uma série de pontos em comum.
“Características como dieta, atividade física, descanso, círculos sociais, religião e propósito de vida são algumas das semelhanças entre esses países. Pesquisadores encontraram farta evidência, por exemplo, de que essas blue zones se engajam em atividades religiosas diversas e isso tem impacto na saúde e longevidade. Suspeita-se que além dos efeitos benéficos de ter fé sobre a positividade das pessoas, a própria prática religiosa aumentaria as conexões pessoais reduzindo o risco das doenças emocionais ligadas a solidão e abandono”, afirma.
E as discussões sobre o assunto não devem parar por aí. Inspirada em parte nesses achados das blue zones e em parte nas tendências que devem impactar e moldar o futuro à nossa frente, essa “receita” ainda pode inspirar muita gente, o que Alexandre chama do surgimento de uma Revolução Prateada.
“Podemos observar seis dimensões que serão fundamentais para que não apenas tenhamos uma longa vida, mas sobretudo uma vida plena, saudável e cheia de significado. Uma vida cumprida mais do que comprida. Uma vida com intenção mais do que com extensão. Uma vida que vale a pena ser vivida. As dimensões são: física, financeira, intelectual, emocional, social e transcendental. Porque uma velhice na qual você esteja privado de saúde ou das suas habilidades cognitivas, socialmente isolado, sem dinheiro para algum conforto material, alienado do mundo e sem razão de viver não é um contexto à altura da dádiva que recebemos”, afirma.
Alexandre menciona que conquistar esses patamares na sua totalidade certamente não é simples, mas será recompensador não apenas no longo prazo. Para ele todas essas dimensões proporcionam ganhos bastante valiosos em todas as fases da vida.
ALEXANDRE CORREA LIMA é Palestrante corporativo e CEO da MIND PESQUISAS. Pós-graduado em Administração de Marketing, possui um Master em Comunicação Empresarial (MBC) e cursou a Escola Avançada de Pesquisa de Mercado na University of Georgia (Atlanta/EUA). É professor da FGV e palestrante dos temas de inovação, criatividade, futuro e tendências, atuando ainda em palestras inspiracionais e transformacionais para empresas que querem e merecem mais.
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