Semana mundial de prevenção à queda dos idosos: o envelhecimento e o risco de queda

Na Semana Mundial de Prevenção à Queda dos Idosos, a pergunta que todas as pessoas deveriam fazer é: quantas vezes eu caí no último ano?

Se a resposta foi pelo menos uma vez, saiba que um terço dos idosos responde da mesma forma. No entanto, neles o impacto tende a ser maior, já que os idosos apresentam dez vezes mais hospitalizações e oito vezes mais mortes consequentes de quedas.

De acordo com dados da Universidade Federal de São Paulo, cerca de 29% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano e 13% caem de forma recorrente.

 

Para Caio Vianna Baptista, psicólogo especialista em envelhecimento humano e coordenador da área de psicologia do Residencial Santa Cruz, não é normal o idoso cair, já que ele domina o movimento da marcha. “Se isso acontece de forma corriqueira é porque outros fatores estão potencializando as chances das quedas, como sedentarismo, polifarmácia, medo de cair, gênero feminino, déficit da visão e da audição, hipotensão postural, alteração da marcha, deformidade nos pés ou arritmia cardíaca”, observa Baptista.

Além dos tombos, os tropeços estão entre os mais comuns em metade dos casos, o que pode levar essa população específica ao maior risco de fratura, institucionalização e até a morte. Por isso a necessidade de ficar atento ao ambiente onde esse idoso faz sua locomoção, como pisos irregulares/escorregadios, tapetes, iluminação inadequada, escadas, uso de instrumentos de marcha inadequados e presença de objetos/fios em área de trânsito.

“A maioria das quedas ocorre durante a locomoção, causadas principalmente por tropeços, escorregões e falta de atenção durante a marcha”, ressalta o psicólogo. Estatísticas indicam que 60% das quedas em idosos acontecem dentro de casa, em atividades corriqueiras do dia a dia, como subir escadas, escorregões em quintais ou superfícies muito lisas.

Lançar mão de algumas medidas pode contribuir para evitar as temidas quedas, como manter banho de sol diário e ingestão adequada de cálcio e vitamina D, manter um ambiente iluminado e sem obstáculos, fazer uso adequado de óculos (evitando lentes bifocais e multifocais), utilizar dispositivos de marcha adequadamente sob orientação médica e de fisioterapeutas, prestar atenção ao andar e evitar dupla tarefa (ex. carregar sacolas nas duas mãos ou uso de celulares durante a marcha), assim como evitar chinelos ou “crocs” e priorizar calçados mais fechados e flexíveis, como tênis e sapatilhas.

O idoso também deve fazer atividades com objetivo de desenvolver o equilíbrio, agilidade, força e coordenação e fazer o acompanhamento com médico geriatra regularmente para verificar o uso de medicação que possa afetar o equilíbrio, a atenção e a marcha.

Medo de cair

O medo de cair é um dos fatores que mais pode influenciar nas quedas de idosos, pois pode limitar as atividades da pessoa, fazendo com que esta perca tônus muscular, restrinja suas atividades sociais e de vida diária e, por consequência, venha a desenvolver psicopatologias como a depressão, por exemplo.

O medo de cair pode ser tão limitante e causador de transtornos psicológicos que deve ser ponto de atenção de familiares, cuidadores e profissionais de saúde. “Um idoso com medo de cair intenso e que limitou suas atividades por esse motivo, ao tentar realizar um pequeno percurso, pode correr o risco de incorrer em uma queda”, avalia Caio Vianna Baptista.

A queda e o medo de cair podem ter repercussões não só físicas, mas psicológicas e sociais importantes, afetando a vida do idoso como um todo. Pode afetar a imagem corporal destas pessoas, assim como as relações sociais e fazer como que comecem a desenvolver sentimento de tristeza e de inutilidade frente à vida.

fonte: Assessoria de Imprensa/imagem: divulgação

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