Wanderley Parizotto – economista
O Brasil não se cansa de destilar, diariamente, crueldades contra 30 milhões de pessoas com mais de 60 anos.
São quase invisíveis. Não têm relevância. São tratados com desrespeito. São infantilizados. Abandonados pelas autoridades à própria sorte.
No estado de São Paulo, o mais rico do país, o governo entende que quem tem entre 60 e 65 anos não é velho e, portanto, não tem mais direito a passagens gratuitas de ônibus intermunicipais e trens.
Na capital, seguindo a mesma lógica, este grupo perdeu a gratuidade de passagens de ônibus e metrô. Estas medidas poderão ser revistas judicialmente, mas a crueldade foi exposta.
Seguindo o mesmo raciocínio, por que então estes governantes não convencem o mercado que estas pessoas estão aptas ao trabalho?
Contudo, quase ninguém dá emprego para quem tem mais de 50.
Para se aposentar, depois da criminosa reforma da previdência, só depois dos 65 anos para os homens e 62 anos para as mulheres.
Vale lembrar que os protegidos do governo foram excluídos da reforma, os integrantes das Forças Armadas, por exemplo.
A pergunta que fica é : como essas pessoas viverão? Mas isso não é preocupação dos governos.
Afinal, são velhos, não é?
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Jornalista com experiência sobretudo em redação de textos variados - de meio ambiente à saúde; de temas sociais à política e urbanismo. Experiência no mercado editorial: pesquisa e redação de livros com focos diversos; acompanhamento do processo editorial (preparação de textos, revisão etc.); Assistência editorial free lancer. Revisora Free Lancer das editoras Planeta; Universo dos Livros e Alta Books. Semifinalista do Prêmio Oceanos 2020.