DIA INTERNACIONAL DO IDOSO: MAIS RESPEITO E BASTA DE PRECONCEITO

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EXISTIMOS: Somos de ‘cores e gêneros diversos’;  classes sociais com degraus abismais.  Cada um do seu jeito e no seu canto. Um leva o neto para a escola. Outro, o tira da cadeia. O que há em comum?

A velhice.

Wanderley Parizotto – economista e criador deste portal

O Dia Internacional do Idoso, foi criado pela ONU – Organização das Nações Unidas – em 1991.

Primeiro: um forte abraço a todos os idosos e idosas do Brasil e do mundo. Que pelo menos no dia de hoje, as pessoas pensem a respeito do que é ser velho.

Nós do Portal Plena os respeitamos como cidadãos completos. Nos recusamos a chamá-los de tiozinhos, senhorazinhas, ‘melhor idade’…

Nós os vemos como CIDADÃOS  como quaisquer  outros de quaisquer  idades.

Dignos de respeito, de oportunidades e participação social.

Não conseguimos  conceber o mundo sem a presença ativa dos velhos. Não conseguimos entender como alguém não consegue reconhecer nos velhos, fonte rica de conhecimento e aprendizado.

Não compreendemos o porquê de infantilizar os velhos.

Por que o preconceito, se todos envelhecerão?

Ser velho não é ser ultrapassado e obsoleto. É só ser velho. A velhice é mais uma etapa da vida, só isso.

Há muita gente ultrapassada e obsoleta em todas as idades.

A morte está presente em qualquer idade, não só na velhice.

Na velhice, claro, sabemos que ela irá chegar com mais certeza. Mas não sabemos quando.

E está mais longe a cada ano que passa.

Diversos cientistas dizem que já existem entre nós, pessoas que viverão mais de 200 anos.

Portanto, enquanto a morte não chega a vida segue. O resto é preconceito e ignorância.

Embora reconheça alguns avanços, estamos muito longe das necessidades de quem já é velho e daqueles que estão envelhecendo.

A VELHICE NO BRASIL EM NÚMEROS

São mais de 34 milhões de brasileiros idosos. Em duas décadas o país envelheceu o que a Europa demorou 150 anos.

Em 2030,  haverá mais velhos do que jovens até 14 anos.

Em 3 décadas, metade da população brasileira será formada por pessoas com mais de 60 anos.

 5 milhões de pessoas com mais de 60 anos moram sozinhas. Paradoxalmente,  98% dos aposentados contribuírem com o orçamento familiar, mesmo a maioria recebendo somente R$ 1.197,44 por mês.

São mais de 2 milhões de pessoas idosas com alguma demência. 70% com Alzheimer, e não há política pública para enfrentar a questão.

O Estatuto do idoso, sancionado em 01 de outubro de 2003, ficou, em grande parte, no papel.

Os velhos são invisíveis no Brasil. Não basta ter vaga garantida no estacionamento, assento no ônibus, é muito pouco.

Não adianta contratar pessoas mais velhas e colocá-las na frente dos caixas de supermercado, só para mostrar que a empresa é legal. Pura hipocrisia.

30% dos  brasileiros com mais de 50 anos que precisam e querem voltar para o mercado de trabalho estão desempregados, enquanto a média nacional é de 15%.

Raras são as políticas públicas para o envelhecimento. Pouco se pensa em mobilidade urbana, capacitação profissional contínua, ações para diminuir o preconceito social e profissional, entre outros.

Quando se pensa em velhos, normalmente se pensa em criar centros de convivência para idosos.

Ou seja, colocar todos num lugar. Esconder.  Centros onde são tratados de forma infantil: Joguinhos, brincadeirinhas, dancinhas. Mais seriedade e respeito.

Hoje seria um bom dia para o sociedade brasileira pensar sobre essas questões. Mas duvido que isso ocorrerá.

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