Solidão, desumanidade e inviabilidade. É a vida dos velhos no Brasil.
Wanderley Parizotto*
Cerca de cinco milhões de pessoas com mais de 60 anos moram absolutamente sozinhas.
150 mil, aproximadamente, em estado de abandono.
24% dos moradores de rua do município de São Paulo são velhos.
Mais de 5000 velhos morrem por ano por desnutrição.
A taxa de desemprego das pessoas com mais de 50 anos e que querem trabalhar é de 30%, mais do que o dobro do resto da população.
Há um ano, aproximadamente, uma senhora foi encontrada em São Paulo, depois de abandonada pelos patrões, vivendo em condição de escrava. Outra foi ‘esquecida’ pela família em um apartamento e descoberta por interessados na locação do imóvel. Morreu dias depois.
O Cacique Raoni, 90 anos, quando hospitalizado no Mato Grosso. Diversos comentários nas redes sociais externaram o que há de pior no ser humano: “Chama o pajé”; “Índio em hospital? Manda para a tribo”.
E outros tantos.
Pois bem, ficar velho neste pedaço do planeta é isso.
O bom, é que todos ficarão velhos, pelo menos na teoria.
E poderão saborear o que fizeram.
*Economista, criador do PortalPlena