A violência no futebol brasileiro sempre existiu. O futebol não é um mundo apartado…
Por Wanderley Parizotto
…está dentro da sociedade brasileira, que é violenta; tragédias já aconteceram, mortes etc.
Porém, o que chama a atenção na escalada da violência deste ano, é o número de casos com enorme virulência. Não são simples protestos, são atentados à vida.
Os objetivos dos protestos são agredir fisicamente, ferir, matar e não protestar.
MANCHETES
“Goleiro Cássio, do Corinthians, é ameaçado de morte. Camisa 12 recebeu as ameaças por áudio e fotos através do personal trainer de sua esposa; Timão divulgou nota oficial” – R7
“Jogadores do Flamengo são hostilizados na porta no Ninho do Urubu” – RJN
“Torcedores do Flamengo protestam na porta do Ninho e dão tapas e socos nos carros dos atletas” – GE
![Caixões com as fotos de Diego e Diego Alves, do Flamengo — Foto: Gustavo Rotstein](https://s2.glbimg.com/nYZaURGZdet7Iq_eTecdrXxQThw=/0x0:688x1416/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2022/m/o/gt46UyTqOnnmYKbFixFg/caixoes.jpg)
“Torcedor do São Paulo entra com faca na semifinal da Copinha e tenta agredir jogador do Palmeiras” – R7
![Para piorar, logo na sequência, um jogador do Palmeiras encontrou uma faca caída na grande área, onde ocorreu a confusão, e a entregou à arbitragem.](https://www.assiscity.com/img/2022/01/23/fileg_483395.jpg)
“Torcedor do Palmeiras morre baleado durante confusão em SP após final do Mundial
Torcedores que tentaram salvá-lo reclamam da demora para a chegada do socorro” – R7
![Ronaldo Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo](https://www.oliberal.com/image/contentid/policy:1.495904:1644703940/TORCEDOR-PALMEIRAS.jpeg?f=2x1&$p$f=0067166&w=750&$w=a1569b8)
Levantamento do Estadão registrou 15 casos de violência no futebol brasileiro neste início de ano, entre ônibus atacados, invasões de campo e brigas entre torcedores dentro e fora dos estádios. É um episódio a cada quatro dias. As cenas lamentáveis fizeram o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, e o atacante Willian, do Corinthians, se posicionarem nos últimos dias cobrando medidas das autoridades.
![Goleiro Cássio em treino pelo Corinthians](https://capitalentorno.com/wp-content/uploads/2022/02/abel-lamenta-guerra-na-europa-e-atos-de-violencia-no-futebol-brasileiro-paz-e-um-valor-que-esta-em-falta.jpg)
“Hoje entrei aqui nessa coletiva de imprensa, me disseram que tinha havido uma rixa num jogo, inclusive, acho que morreu uma pessoa. É preciso morrer quantas mais? Os organismos, quer sejam os do futebol, quer sejam extra-futebol, têm de assumir, dar as caras, exercer os cargos que têm. Têm de justificar o cargo que têm. Quando eu não ganho, pedem responsabilidades. Isso é o que espero que cada pessoa em seu cargo faça, assuma responsabilidades. Pelo bem do futebol brasileiro. De todos nós. Que se junte a CBF, quem organiza estaduais, o Ministério Público, mas que se tomem medidas”, disse Abel Ferreira, que já trabalhou em Portugal e Grécia.
Em pelo menos quatro episódios de violência neste ano, os jogadores foram as vítimas diretas da agressão. Os ônibus das delegações de Grêmio e Bahia sofreram com atentados em que dois jogadores foram atingidos. No clube gaúcho, o atentado gerou um traumatismo craniano no paraguaio Villasanti. No caso da equipe baiana, o goleiro Danilo Fernandes ficou ferido pelos estilhaços e precisou passar por um procedimento no olho.
![](https://portalquentaro.files.wordpress.com/2022/03/image-19.png?w=770)
No fim de fevereiro, a torcida do Paraná invadiu o gramado aos 40 minutos do segundo tempo e agrediu os jogadores. O resultado rebaixou o time para a segunda divisão do campeonato estadual. Na súmula da partida, o árbitro Leonardo Ferreira Lima informou que, ao conversar com o comandante da Polícia Militar, Marcos Roberto, o oficial contou que “não teria condições de garantir a segurança para o prosseguimento da partida”.
O Brasil, desde 2018, está envolto em uma atmosfera densa de intolerância e ódio. O presidente da república e seus seguidores, que são muitos, nutrem diariamente a ideia de banir todos aqueles que pensam diferente deles. Armas, xingamentos, mentiras, agressões foram incorporadas à rotina do brasileiro, em todos os lugares.
No caso do futebol, infelizmente, diversos jogadores e clubes aderiram a este movimento. Jogadores famosos faziam o gesto de “arma atirando”, marca de Bolsonaro, quando entravam em campo ou comemoravam um gol. E faziam porque sabiam que a imagem estava sendo vista por milhões de brasileiras e brasileiros pela televisão ou internet.
Clubes de futebol receberam Bolsonaro e comitiva, sem nenhum constrangimento, durante treinos e jogos. E sempre, diretores, técnicos e principais jogadores, batiam literalmente continência para o ex capitão e faziam a “arminha atirando”, com as mãos.
![Felipe Melo e Bolsonaro](https://www.lance.com.br/files/article_main/uploads/2020/03/21/5e76545c9a74c.png)
![](https://i0.wp.com/www.portalbr7.com/wp-content/uploads/2021/01/presidente-visita-o-flamengo.png?fit=1366%2C768&ssl=1)
![](https://f.i.uol.com.br/fotografia/2018/11/04/15413602105bdf4a52de98d_1541360210_3x2_md.jpg)
![Jair Bolsonaro e Neymar](https://stcotvfoco.com.br/2019/04/bolsonaro-neymar.jpg)
Pois bem, diversos jogadores, técnicos e clubes de futebol, ajudaram a alimentar o ódio, a intolerância e a violência. Agora provam na pele as consequências do que fizeram. “O rato pariu a montanha”.
- Imagem de abertura de Miguel Rebelo
Esta abordagem da realidade brasileira, corajosa e consciente, você só verá aqui no Portal Plena. Nós acreditamos que informação de qualidade é a base de uma sociedade melhor para TODOS. Compartilhe nossas publicações. Nós agradecemos!