A geriatria vai muito além do cuidado com a pessoa idosa e frágil

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Em 16 de maio foi comemorado o dia do Geriatra.

Dra. Ivete Berkenbrock*

No  dia 16 de maio foi comemorado o Dia do Geriatra.

A geriatria é a especialidade da medicina que estuda o processo do envelhecimento e é indicada para atender as pessoas cujas doenças e condições estão relacionadas diretamente a esse processo. O médico geriatra está apto a diferenciar as mudanças ocasionadas por senescência, ou seja, envelhecimento fisiológico, normal, do envelhecimento com senilidade, que é aquele acompanhado de alterações que causam danos, perdas maiores que esperadas dentro do processo de envelhecimento e que agridem a senescência.

Por conta disso, a geriatria ficou conhecida como a medicina das pessoas idosas e, muitas vezes, relacionada apenas ao acompanhamento das pessoas muito idosas ou em situação de fragilidades. Porém, a medicina geriátrica faz muito mais. Atua na promoção da saúde e prevenção de doenças para que o envelhecimento se dê com a maior capacidade funcional possível para o indivíduo, por meio da avaliação geriátrica ampla, a qual pode detectar a presença de fatores de risco e orientar sobre hábitos nocivos à saúde, como sedentarismo, uso abusivo de bebida alcoólica, tabagismo e uso de drogas ilícitas. Além disso, avalia possíveis doenças em curso e como o tratamento farmacológico e não farmacológico está sendo conduzido.

É certo que algumas doenças são mais frequentes à medida que o indivíduo envelhece, como osteoporose, doenças osteoarticulares, as demências – entre elas a mais comum, que é a Demência de Alzheimer – Doença de Parkinson, alterações da visão e audição, etc. Algumas condições que podem ter início na fase adulta, as chamadas Doenças Crônicas Não Transmissíveis – como Hipertensão Arterial, Diabetes e alterações de colesterol – envelhecem com o indivíduo e serão também abordadas pelo geriatra.

Porém, nem sempre a consulta geriátrica se dá por doença. Muitas pessoas desejam uma avaliação e acompanhamento integral para envelhecer com qualidade, manutenção de autonomia e independência. A medicina geriátrica usa várias escalas e testes realizados em consultório que podem identificar desde alteração na força muscular, até falhas na memória.

Além do foco na saúde de forma preventiva, o geriatra tem importante papel na medicina paliativa, com condições de cuidar da pessoa idosa em situação de doença incurável, mas na qual o alívio dos sintomas é fundamental e prioritário para evitar sofrimento e na qual o uso de medidas extraordinárias e agressivas pode causar mais dano que benefício.

Quando procurar por um geriatra? E como saber se o geriatra está apto para realizar a função?

Não é necessário ter 60 anos ou mais para se consultar com o geriatra. O propósito do geriatra é atender o indivíduo para que este seja longevo e que mantenha a máxima capacidade funcional possível.

O geriatra dá as orientações necessárias para que o indivíduo envelheça com mais saúde e permaneça ativo e autônomo por mais tempo; verifica a história familiar de possíveis doenças degenerativas, cânceres e outras patologias; avalia se a pessoa tem hábitos nocivos à saúde como sedentarismo, tabagismo, uso abusivo de bebida alcoólica, drogas ilícitas, dieta inadequada, e outras ações que não são específicas de idades avançadas, mas que terão impacto direto na qualidade de envelhecimento.

Há também a situação em que o indivíduo quer que o geriatra seja seu médico durante o processo de envelhecimento, seu consultor, e o acompanhe até o fim da vida, cuidando do coração, rins, pulmão, osteoartrose etc. Neste caso, se o geriatra julgar necessário, o paciente poderá ser encaminhado a outro especialista. O geriatra funciona como um gerenciador das condições da pessoa, isto é, faz o acompanhamento horizontal do paciente e, se necessário, o especialista intervém.

Para a atuação em geriatria, o médico necessita realizar uma residência registrada pelo Ministério de Educação (MEC) ou receber a titulação por meio da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) junto à Associação Médica Brasileira (AMB), a qual é emitida após comprovação de formação profissional, análise de currículo e realização de prova teórica e prática. Após a titulação, o médico precisa registrar o seu certificado de título de especialista no CRM do Estado de atuação para então obter o Registro de Qualificação da Especialidade (RQE). O RQE é a garantia de que, além de qualificado para a prática da medicina, o profissional possui, de fato, a formação comprovada para exercer a especialidade.

A SBGG tem recebido um volume crescente de denúncias de médicos que se apresentam como especialistas em geriatria, mas que, na verdade, não possuem formação ou titulação adequada para exercê-la. A assistência realizada por profissionais sem formação adequada para o exercício da especialidade pode representar um risco à saúde das pessoas idosas, especialmente as mais frágeis. Por esse motivo, a SBGG criou um acesso rápido ao Canal de Denúncia de Falso Especialista Geriatra, que permite o registro de denúncias de forma totalmente anônima. Para realizar a denúncia basta preencher o seu nome (que será mantido em sigilo), o nome do profissional que está atuando de maneira irregular, endereço do local de atendimento, cidade, relato da conduta irregular e anexar as provas.

*Dra. Ivete Berkenbrock é presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)

Sobre a SBGG

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), fundada em 16 de maio de 1961, é uma associação civil sem fins lucrativos que tem como principal objetivo congregar médicos e outros profissionais de nível superior que se interessem pela Geriatria e Gerontologia, estimulando e apoiando o desenvolvimento e a divulgação do conhecimento científico na área do envelhecimento. Além disso, visa promover o aprimoramento e a capacitação permanente dos seus associados.

fonte: assessoria/imagem <a href=’https://www.freepik.com/photos/people-medical’>People medical photo created by DCStudio – www.freepik.com</a>

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