CALOR EXTREMO PODE LEVAR À FALTA DE LUZ NO CENTRO-OESTE E NO SUDESTE

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A MetSul adverte que o calor extraordinário e sem precedentes em muitas cidades pode levar a interrupções no fornecimento de energia elétrica.

 

Não são apagões de grande escala, que atingem vários estados, mas cortes localizados por problemas na rede de distribuição em razão das altas temperaturas. Na onda de calor de setembro, o estado de Goiás sofreu com muitos cortes de energia durante o período extremamente quente daquele mês. As queda de energia eram muito frequentes e as oscilações constantes. Em alguns casos, a luz demorou a voltar com prejuízos para pequenos comerciantes.

A maior temperatura oficial deste ano no Brasil ocorreu no município de Aragarças, em Goiás, onde na onda de calor de outubro a temperatura chegou no dia 19 à impressionante máxima de 44,3ºC na estação do Instituto Nacional de Meteorologia. Durante o episódio de calor de outubro, a população de Aragarças sofreu com quedas de energia e constante instabilidade da energia. Os moradores foram às redes sociais para reclamar do ‘acende e apaga’ que queima vários aparelhos domésticos.

No cenário mais extremo, em ondas de calor excepcionais como desta semana, a elevadíssima demanda pode levar a rodízios de cortes para atenuar a carga, como ocorre em vários países do mundo, como nos Estados Unidos e na Europa, durante episódios muito extremos de temperatura alta. Este rodízio de cortes, chamados de rolling blackouts nos Estados Unidos, também é conhecido como corte de carga rotacional, se dá com desligamento de energia elétrica intencionalmente projetado no qual o fornecimento de eletricidade é interrompido por períodos de tempo não sobrepostos em diferentes partes do região de distribuição.

As ondas de calor têm levado as redes eléctricas ao limite em todo o mundo. Quando as temperaturas aumentam, as pessoas tendem a precisar mais de ar condicionado. Mas isso pode colocar muita pressão sobre a rede elétrica, potencialmente provocando um apagão se não houver eletricidade suficiente disponível. Esse é o pior cenário que os operadores de rede em todo o mundo estão lutando para evitar com os extremos de calor.

 

Calor extremo desta semana pode provocar cortes no fornecimento de energia elétrica em diferentes cidades do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil | ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL/EBC

Em junho deste ano, sob calor extremo, a operadora norte-americana da rede do Texas, ERCOT, quebrou seu recorde de demanda de eletricidade depois de pedir aos residentes que conservassem energia voluntariamente. A Índia e a China têm sofrido ondas de calor extremas. Os cortes de energia na Índia na primavera e verão deste ano privaram as pessoas de ar condicionado e água corrente.

O calor matou centenas de pessoas no Norte da Índia, superlotando hospitais e necrotérios. Na China, em onda de calor mais cedo neste ano, cidades que são potências industriais no Sul do país instaram os residentes e as empresas a poupar energia. Mesmo assim várias cidades chinesas enfrentaram apagões durante as altas temperaturas, ficando às escuras durante a noite. O mesmo ocorreu no Vietnã. Ondas de calor recordes no mundo tendem a se tornar cada vez mais frequentes. Um estudo realizado em mais de 13.000 cidades em todo o mundo concluiu que o número de pessoas expostas a dias extremamente quentes e úmidos num determinado ano triplicou entre 1983 e 2016. As redes elétricas também se tornaram mais vulneráveis. O ano de 2020 foi recorde em apagões nos Estados Unidos. Infelizmente, o ar condicionado é uma faca de dois gumes. Pode salvar vidas ao manter as pessoas refrescadas, mas também absorve muita energia e produz emissões de gases com efeito de estufa como subproduto. Para se adaptar a um mundo em aquecimento, serão necessárias soluções que não sejam apenas aumentar o uso dos aparelhos. As cidades estão redesenhando os bairros para reter menos calor, por exemplo. As autoridades cada vez mais alertam as pessoas sobre as ondas de calor, como fazem com as tempestades severas, e algumas cidades até consideram dar nomes aos períodos de calor, como ocorre com furacões e ciclones extratropicais no exterior.

(Texto originalmente publicado pelo MetSul aqui)

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