Ex-ministra relatou ter sido chamada de “traidora” e “vagabunda” após jantar em hotel de BH; Porta-voz da Rede afirma que foi registrado boletim de ocorrência
A ex-ministra do Meio Ambiente e deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) afirmou que foi chamada de “traidora” e “vagabunda” por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) na saída do restaurante de um hotel, na região Centro-Sul de Belo Horizonte (BH), na noite de sexta-feira (21).
“Ontem, depois de ter ido a Teófilo Otoni e Juiz de Fora acompanhar a campanha de @lulaoficial, ao lado de @simonetebet, chegamos a Belo Horizonte. À noite, jantei com dirigentes da Rede Sustentabilidade. À saída do restaurante do hotel Radisson Blu, fui alvo de xingamentos, inclusive palavrões, de um grupo de 20 a 25 simpatizantes de Bolsonaro que estava no local”, escreveu Marina em suas redes sociais.
Segundo informações, a ex-ministra registrou boletim de ocorrência em uma delegacia e, neste sábado (22), durante ato de campanha, afirmou que o registro policial é “para que não se atrevam a continuar fazendo isso”.
“Algo que a gente não consegue compreender é a postura, a atitude de intimidar. E porque quando se trata de uma mulher é sempre nessa questão de natureza moral, sexual. Parece que o bolsonarismo não sabe lidar com as mulheres, não sabe lidar no ponto de vista político e ético. Não tem preparo para enfrentar aquelas que são a maioria da população brasileira”, disse Marina.
Após o episódio, Lula saiu em defesa de Marina e disse, durante coletiva de imprensa na manhã deste sábado em BH, que a agressão “faz parte da escola do fascismo”.
“O ataque ontem a Marina faz parte da escola do fascismo. A pessoa que xingou a companheira Marina não é uma pessoa séria. Mesmo com pensamento antagônico, uma pessoa séria jamais se levantaria pra xingar alguém dessa forma. Minha solidariedade a Marina”, comentou Lula.
“A gente faz política há 50 anos, isso não existia no Brasil nem em cidade pequena, média, grande. Hoje o que nós vemos é violência e mais violência verbal, e, às vezes, violência física. Isso é porque nós temos um governo fascista no Brasil”, concluiu o ex-presidente.
A senadora Simone Tebet (MDB), que também estava presente no ato de campanha e que já havia prestado solidariedade a Marina, voltou a dar apoio à ex-ministra.
“Mexeu com uma, mexeu com todas. Mexeu com Marina Silva, mexeu com Simone Tebet. Mexeu com as meninas venezuelanas, mexeu com todas as meninas brasileiras. Pintou um clima com meninas e isso é crime, é pedofilia. Lugar de pedófilo é na cadeia.” (imagem de abertura Foto: Miguel Schincario/AFP)
*Jornal O vermelho