‘TERRORISMO’ NAS AULAS DE INGLÊS: PROFESSORA CRIA MÉTODO QUE TORNA O APRENDIZADO MAIS ‘LEVE’

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Mestre em Linguística Aplicada pela USP defende a liberdade para além do vocabulário técnico, da pronúncia perfeita e das estruturas gramaticais.

-Você já viu uma vaga incrível no Linkedin, mas ficou com medo de se candidatar porque a empresa exigia inglês fluente? Então, você não está só. Hoje, apenas 1% dos brasileiros são fluentes em inglês e os profissionais que dominam o idioma podem ter salários até 61% maiores. Os dados de pesquisas realizadas pelo British Council e pela Catho revelam apenas a ponta do iceberg. Mas, então, o que leva o brasileiro a ter medo de falar inglês se há tantas possibilidades profissionais para quem domina a língua? Na avaliação da Carla D’Elia, Mestre em Linguística Aplicada pela USP e fundadora da SaveMeTeacher, a grande barreira existente entre bons funcionários e excelentes vagas é culpa do terrorismo educacional dos métodos de ensino tradicionais de inglês.

“O brasileiro estuda inglês, passa até 10 anos em sala de aula, mas tem medo de falar, de se expor e nunca acha seu inglês bom o suficiente. Esse medo é fruto do terrorismo de alguns professores, colegas de classe e chefes que tolhem brasileiros quando se comunicam em inglês, alimentando o medo errar que, com o passar do tempo, torna-se um impedimento na vida do profissional. Falar inglês no trabalho não é sobre perfeição, mas sim sobre dar conta de executar suas tarefas profissionais no idioma. É aqui que entra o que chamo de inglês estratégico,que tem o poder de transformar uma carreira e, consequentemente, garantir liberdade geográfica e financeira. Idioma não é status, é meio de comunicação”, explica Carla.

Há décadas especialistas de uma área da linguística chamada BELF (Business English as a Lingua Franca) estudam as necessidades de uso do inglês como um idioma global, uma moeda de troca para que pessoas de diferentes partes do mundo consigam trabalhar juntas. E todos os estudos alertam para a necessidade de ir além da aquisição do idioma (do vocabulário técnico, a pronúncia, as estruturas). Em linhas gerais, essa área de estudos revela que profissionais que precisam do inglês para trabalhar devem desenvolver uma competência multicultural, ou seja, uma habilidade de lidar com um mundo diverso.

“Nesse mundo globalizado do trabalho, as pessoas vão lidar com todo tipo de diversidade. São pessoas de países diferentes, com sotaques (nacionais e regionais) diferentes, com costumes e hábitos distintos, com níveis linguísticos heterogêneos, em situação social/econômica distinta, que pertencem a culturas corporativas diversas e com vivências e visões de mundo diferentes. Só de olhar para esses pontos, a gente percebe que vocabulário, gramática e pronúncia não bastam para que a comunicação aconteça. Não faz sentido, portanto, difundir esse terrorismo linguístico”, avalia Carla.

Fundadora da escola online SaveMeTeacher, que já ajudou mais de cinco mil alunos a se desenvolverem no business english, Carla conta ter notado esse medo em alguns alunos logo que começou suas primeiras aulas, há mais de 20 anos.

“Na época, eu dava aulas em cursos tradicionais e notava uma apreensão nas pessoas. Até mesmo porque alguns colegas de classe riam da forma como um ou outro aluno falava. Querer “perder o sotaque” é um pedido comum dos alunos de inglês a seus professores. Imagino que essa solicitação aconteça por causa da confusão entre sotaque e pronúncia”, explica Carla, que continua:

“O seu ‘jeito de falar’ traz consigo sua identidade cultural. Ele é como se fosse um carimbo que mostra quem você é e de onde vem. Ele é, portanto, a sua história. Falar inglês com sotaque da sua língua materna, o português, significa apenas que você tem o Brasil como berço cultural. Desta maneira, ter sotaque não é bom, nem ruim: é apenas a sua marca sócio-histórico-cultural. O sotaque de brasileiro somente chegaria a atrapalhar a comunicação caso afetasse muito a pronúncia de alguns sons da língua inglesa. A gente não cobra um português excelente de um inglês que trabalha ou viaja para o Brasil, por que devemos nos cobrar tanta perfeição?”, questiona a professora.

 

 

Carla D’Elia – imagem divulgação

O importante, segundo Carla, é ter um bom vocabulário e coragem para falar. “Os cargos mais altos das empresas são ocupados por profissionais fluentes nesse que é o idioma oficial do mundo dos negócios. E a fluência é um direito de todos, ela não exige perfeccionismo linguístico. O brasileiro precisa se empoderar”, aponta Carla, e é justamente essas qualidades que são desenvolvidas em dois dos cursos online. No Save My Job Interview, os alunos vão aprender como ser impactantes tanto na criação de um bom currículo em inglês, quanto em responder de forma persuasiva nas entrevistas de emprego. Já no no Save My Career, será desenvolvido o vocabulário do Business English de modo que os alunos se sintam confiantes para realizarem reuniões em inglês, em apresentações, emails e muito mais.

Sobre o SaveMeTeacher

Criada há 6 anos por Carla D’Elia, Mestre em Linguística Aplicada pela USP e LinkedIn Creator, a plataforma de ensino SaveMeTeacher possui uma esteira de cursos voltados para o Business English. A proposta dos cursos é desenvolver a língua para profissionais que desejam melhorar na carreira, ou mesmo que sonham com uma vida profissional nômade. Para saber mais sobre os cursos, basta clicar em SaveMeTeacher

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