ECONOMIA FÁCIL DE ENTENDER
Por: Wanderley Parizotto – economista
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, manteve a taxa básica de juros, Selic, em 13,75%, na última quarta feira. Com isso a taxa de juros no Brasil continua sendo a maior do mundo.
É preciso sublinhar que o governo anterior deu, por lei, autonomia ao Banco Central. Isto é, o governo não tem mais influência nas suas decisões. Para os brasileiros, um dos maiores crimes cometidos contra o país. Para o mercado financeiro, uma farra.
Mais uma vez a justificativa foi o crescimento da inflação. Como já escrevi aqui, juros altos só combatem a inflação quando a economia está muito aquecida, PIB crescendo, pleno emprego e muita procura por produtos e serviços, pois a elevação dos juros inibe a procura, arrefece o aquecimento da economia, atenuando a inflação.
Mas este não é o caso do Brasil. A economia está estagnada, o desemprego segue nas alturas e o consumidor só compra o necessário, quando consegue. A situação das famílias brasileiras é desesperadora: tanto o percentual de famílias endividadas quanto o de inadimplentes vêm batendo recordes desde o ano passado e estão em seu maior patamar em 12 anos.
70% das famílias estão endividadas e mais de 30% inadimplentes. Cerca de 70 milhões de brasileiros estão com o CPF negativado, sem acesso ao crédito.
Vale ressaltar que a inflação anual está no patamar de 6% ,isto é, menos da metade da taxa de juros.
A manutenção da taxa de juros irá realimentar a inflação, pois elevará o custo do dinheiro, fazendo crescer tanto os custos de produção de bens como os valores cobrados pelos serviços.
Já os pequenos e médios empresários que dependem de financiamento bancário para suas operações, também terão um futuro próximo mais difícil.
O Banco Central independente levará a economia a uma brutal recessão, aumentando o desemprego, miséria e desigualdade social.
Com a manutenção dos juros, o mercado financeiro está rolando no chão de rir. Nunca ganhou tanto dinheiro.
Parabéns Srs. Jair e Guedes. Seus patrões (banqueiros) estão muito satisfeitos com o desempenho de ambos, que tornaram independente o Banco Central, livre para atuar como fiel escudeiro do mercado financeiro e nomearam como presidente da instituição, conhecido estafeta dos banqueiros, o sr. Roberto Campos Neto.
O Senado precisa acabar com a autonomia do Banco Central, caso contrário, o tal mercado financeiro transformará a população brasileira em zumbis famintos.