40% dos casos de demência podem ser evitados ou adiados; especialista cita 9 pontos para que isto seja possível

Para lidar com o risco de demência, os autores citam  9 recomendações .
Rubens de Fraga Júnior**

A modificação de 12 fatores de risco durante o curso da vida pode atrasar ou prevenir 40% dos casos de demência, de acordo com uma atualização da Lancet Commission sobre prevenção, intervenção e cuidados com demência, que foi apresentada na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC 2020).

Combinados, os três novos fatores de risco estão associados a 6% de todos os casos de demência – com cerca de 3% dos casos atribuíveis a lesões na cabeça durante a meia-idade; 1% dos casos ao consumo excessivo de álcool (de mais de 21 unidades por semana) também nessa etapa da vida  e 2% à exposição à poluição do ar mais tarde na vida.

Os demais fatores de risco estão associados a 34% de todos os casos de demência. Os fatores associados à maior proporção de casos de demência na população são: menos escolaridade no início da vida; perda auditiva na meia-idade e tabagismo no final da vida (7%, 8% e 5%, respectivamente).

“Nosso relatório mostra que está ao alcance de formuladores de políticas públicas prevenir uma proporção significativa de demência, com oportunidades de causar impacto em cada estágio da vida de uma pessoa”, diz o principal autor, Gill Livingston, professor da University College. Londres, Reino Unido. “É provável que as intervenções tenham o maior impacto sobre aqueles afetados por fatores de risco para demência, como os de países de baixa e média renda e populações vulneráveis”.

Para lidar com o risco de demência, os autores pedem que 9 recomendações sejam feitas pelos formuladores de políticas:

– Procure manter a pressão arterial sistólica de 130 mm Hg ou menos, na meia idade, a partir dos 40 anos de idade;
– Incentive o uso de aparelhos auditivos para perda auditiva e reduza a perda auditiva protegendo os ouvidos contra altos níveis de ruído;
– Reduza a exposição à poluição do ar e ao fumo passivo de tabaco;
– Previna lesões na cabeça (principalmente visando ocupações e transportes de alto risco);
– Evite o uso indevido de álcool e limite o consumo a menos de 21 unidades por semana;
– Pare de fumar e apoie os indivíduos a parar de fumar (o que os autores enfatizam é ​​benéfico em qualquer idade);
– Proporcione a todas as crianças educação primária e secundária;
– Leve uma vida ativa;
– Reduza a obesidade e diabetes.

**Rubens de Fraga Júnior é especialista em geriatria/gerontologia e professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná.
foto de abertura: foter/”My Next Life” by George Carlin  – twm1340

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