Outubro Rosa: histórias de superação e a importância da atividade física na prevenção e recuperação de casos de câncer

As educadoras físicas Adriana e Márcia venceram a doença e provam que a prevenção é o melhor caminho para a vitória

A vida moderna é repleta de facilidades e muitas delas podem prejudicar a saúde lentamente. Comida congelada, excesso de açúcar, frituras, consumo exagerado de refrigerantes e bebidas alcoólicas. O sobrepeso e a obesidade são comuns em todo o mundo e mais de 60% da população adulta tem sobrepeso ou é obesa.

É notório que a prática de atividade física é importante em todas as fases da vida e nunca é tarde para começar. “Cerca de 30% dos adultos em todo o mundo não seguem a recomendação da OMS de fazer 150 minutos de atividade moderada, ou seja, 30 minutos por dia, cinco vezes por semana. Mudar o cardápio é fundamental para que a mudança seja real. A reeducação alimentar e a atividade física fazem toda a diferença para ter um novo estilo de vida”, afirma Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech Company.

Não há dúvidas de que o câncer é um enorme desafio à saúde pública e que exige foco em ações emergenciais de prevenção e controle. Os constantes avanços na medicina permitem a possibilidade de tratamentos extremamente eficazes, que envolvem desde a remoção do tumor até o uso de drogas de quimioterapia ou radiação com o objetivo de liquidar as células cancerígenas. Infelizmente, a ação desses tipos de tratamento também afeta as células saudáveis​​, provocando efeitos secundários relevantes, como, perda de cabelo, diminuição da imunidade e até efeitos que repercutem diretamente na nossa capacidade de viver com qualidade.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, de 72% a 95% dos pacientes que recebem tratamento apresentam aumento nos níveis de fadiga, resultando em diminuição significativa da capacidade funcional e perda da qualidade de vida e produção diária. Apresentam também dificuldades na respiração, na digestão dos alimentos e até mesmo na vida sexual, entre outros transtornos.

A prática regular de exercício físico de forma estruturada e com a devida orientação pode reverter esse quadro, seja na melhoria da qualidade de vida do paciente ou na tolerância aos diversos tratamentos.

Há evidências de que a atividade física pode ser benéfica em três formas de gerir o câncer e seus sintomas:

  • Combinado a práticas de estilo de vida saudável, o exercício físico parece prevenir certos tipos de cânceres – os casos da doença ocorrem com menor frequência em pessoas fisicamente ativas;
  • Para quem já está sob tratamento, o exercício beneficia a função física e alivia a fadiga, as náuseas e a depressão;
  • A prática regular de exercício físico ajuda no controle de hormônios que estimulam a propagação das células cancerígenas;
  • O exercício permite que as pessoas recuperem suas funções físicas e retornem a um estilo de vida mais saudável e ativo.

Do ponto de vista científico, embora a relação entre atividade física e câncer não esteja definitivamente esclarecida, as informações disponíveis são extremamente contundentes e nos permitem afirmar que todas as pessoas diagnosticadas com alguns tipos de câncer devem investir na prática regular de exercícios com a mesma energia e dedicação com que enfrentam cirurgias e demais formas de tratamentos.

Os benefícios estão relacionados aos seguintes fatores:

  • Estímulo nos receptores de insulina nas células que combatem o câncer;
  • Melhoria na função do sistema imunológico;
  • Aceleração no metabolismo do ácido ascórbico;
  • Redução da formação e evolução de tumores cancerígenos;
  • Regulação dos radicais livres;
  • Melhoria no funcionamento do aparelho intestinal;
  • Melhoria da autoestima, do humor e da qualidade de vida.

As professoras de Educação Física relatam como foi a descoberta, o tratamento e a cura do câncer de mama. Além da coincidência da profissão, as duas provam a importância de cuidar da saúde, e a prevenção foi fator primordial para a detecção da doença no estágio inicial.

A atividade física começou na infância com aulas de ginástica olímpica e a dança, a preocupação com a saúde e a alimentação sempre foi algo presente na rotina da Márcia Patricia de Almeida Ramos.

“Sempre fui uma criança fora da curva, aos seis anos, parei de comer carne de boi e logo depois exclui também a carne de frango da minha alimentação, por ter certeza de que não era saudável. A ideia incomodou meus pais, mesmo assim, não mudei de ideia. Durante a adolescência, acompanhei o sofrimento da minha avó materna. Ela precisou retirar toda a mama, fez quimioterapia e radioterapia. Essa situação acendeu um sinal de alerta. Por conta deste histórico na família, comecei a fazer o exame de mamografia aos 33 anos. No final de janeiro de 2020, ao realizar um check-up anual, o resultado apontou calcificações suspeitas, e era necessário investigar. Aos 46 anos, o novo exame confirmou o diagnóstico era carcinoma. A cirurgia aconteceu em abril, retirei a mama toda, realizei a reconstrução imediata, e, mesmo com todos os cuidados e assistência, não deixa de ser algo agressivo, mesmo não precisando realizar quimioterapia e radioterapia por ter descoberto a doença no início.”

Incansável quando o assunto é cuidar da saúde, após a cirurgia, Márcia decidiu fazer o teste genético BRCA 1 e 2 e descobriu que não tem nenhuma mutação ou tendência genética, mesmo com o caso da avó.

“Neste momento, surgiram alguns questionamentos: porque eu tive câncer, se sempre me cuidei. Após refletir, veio a conclusão: não temos garantia de ter ou não o câncer, mesmo nos prevenindo. O lado bom é que minha recuperação foi incrível, então, todos os meus cuidados valeram a pena. A dedicação aos exercícios físicos garantiu uma parte muscular forte, resistente e a imunidade em dia, o que ajudou a acelerar a recuperação. É muito importante ter cuidado com a saúde de maneira completa. Vale muito a pena ter uma vida saudável”, incentiva Ramos.

Movida pela paixão pela profissão, 40 dias após a cirurgia, Márcia voltou a dar aula online e levantando os braços na orelha. Ainda segundo a entrevistada, outro lado positivo da atividade física é não sentir dores no corpo. Em conversa com mulheres que estão em recuperação e que não têm uma vida ativa fisicamente, há relatos de efeitos colaterais graves, dores nas costas e nas articulações, insônia.

A educadora física Adriana Cardoso, 50 anos, ativa, adepta de alimentação saudável, sempre teve uma vida regrada. Durante um check-up anual de rotina, em outubro de 2019, foi surpreendida com o diagnóstico de câncer de mama.

“Ao realizar os exames de rotina, ultrassom e mamografia, foi identificado uma calcificação atípica. O ginecologista, então, solicitou uma mamotomia (biopsia), que confirmou o resultado da mamografia. Ao procurar o mastologista, recomendou-me realizar uma cirurgia.  Foi retirado um fragmento da mama (menor que um quadrante), e uma parte do material retirado foi avaliada na sala de cirurgia e a outra parte foi enviada para o laboratório. Quinze após o procedimento, foi detectado um carcinoma in sito grau 2 (o tipo mais comum de câncer entre as mulheres). Não é fácil receber este tipo de diagnóstico, assusta, preocupa, é como se o tempo parasse por alguns minutos. Recuperada do susto, decidi partir para a parte prática, não sou mulher de ficar parada, esperando a vida acontecer, gosto de ação e solução.

Com esse resultado, era preciso retirar mais uma parte da mama e ficaria com uma diferença grande. Minha decisão foi retirar toda a mama. Então, veio a pandemia e mudou todos os planos. A cirurgia foi adiada. Neste período, para inibir a evolução do câncer, fiz hormônio terapia, tratamento que vai durar cinco anos para evitar que a doença afete a outro mama.”

O caso da educadora física mostra a importância do diagnóstico precoce e a importância de ter uma vida saudável com exercícios e alimentação balanceada. A atividade física melhora a imunidade, aperfeiçoa as funções do corpo, tornando a recuperação mais rápida. Adriana não precisou realizar quimioterapia ou radioterapia. Prevenção é a palavra-chave para o tratamento do câncer ou de qualquer outro tipo de doença.

fonte: assessoria de imprensa

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