Uso de vitamina D, em excesso, pode causar danos graves, principalmente, em idosos, alertam especialistas

Uma das vitaminas essenciais para a regulação dos ossos, quando usada em excesso pode desencadear problemas graves como arritmia e perda de função renal
A vitamina D em quantidades excessivas pode apresentar diversos riscos à saúde, principalmente, em idosos. Especialistas do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE), referência em atendimento geriátrico, alertam para os riscos da superdosagem deste suplemento vitamínico que pode levar à arritmia, perda de função renal com surgimento de pedras nos rins.

Considerada um pré-hormônio, a vitamina D tem sido prescrita e indicada com mais frequência para idosos.

“A ingestão deste suplemento regula o cálcio no organismo, porém o uso indiscriminado induz o surgimento da osteoporose (fraqueza nos ossos), da hipercalcêmica (excesso de cálcio no organismo), entre outros problemas ósseos”, explica o diretor do serviço de geriatria do HSPE, Maurício Ventura.
Em um estudo publicado pelo Serviço de Geriatria do HSPE foi registrado o caso de uma idosa de 80 anos com intoxicação por vitamina D. A paciente apresentava cormobidades comuns como hipertensão arterial, artrose difusa e insônia. Deu entrada na emergência do hospital com perda de dez quilos em apenas 15 dias e quadro de insuficiência renal.

Durante o período em que esteve internada foi realizada uma investigação rigorosa. Por meio de análises dos exames, a paciente relatou fazer tratamento para dor crônica com o uso de um produto natural durante dez anos. O medicamento natural era composto por ginkgobiloba 80mg, colágeno (tipo II) 40mg, sulfato de glicosamina 1,5g e vitamina D com 2000 UI, para ser tomado uma vez ao dia.

“Com este estudo foi possível alertar que o uso desregrado deste hormônio pode acarretar diversos sintomas sistêmicos graves. Pesquisa realizada na cidade de São Paulo demonstrou que 92% de 177 idosos que viviam institucionalizados tinham valores insuficientes de vitamina D. A pesquisa foi concluída em 2004 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e revelou que dos 243 idosos que residiam em domicílios, 85% apresentavam insuficiência da vitamina D, principalmente por serem pacientes mais susceptíveis aos efeitos colaterais de medicamentos, pessoas idosas devem ter prescrição médica e monitoramento realizado por especialistas”, explica o geriatra, Maurício Ventura.

Segundo pesquisadores do Congresso de Medicina Esportiva realizado em Denver, Estados Unidos, em junho deste ano, existe a necessidade de rever os níveis de suplementação vitamina D. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) anunciou que estão sendo aceitos como normais os valores séricos acima de 20 ng/mL para a população saudável, contra os acima de 30 ng/mL. Para grupos de risco como idosos, pacientes com osteoporose, osteomalácia, raquitismo, hiperparatireoidismo secundário, doenças inflamatórias, autoimunes, renal crônica e pré-bariátricos o valor recomendado é entre 30 e 60 ng/mL. Valores entre 10 e 20 ng/mL aumentam o risco de osteoporose e fraturas. Os níveis acima de 100 ng/mL são considerados de risco para intoxicação.

De acordo com o geriatra do HSPE, Dr. Mauricio Ventura, para monitorar os níveis de vitamina D no organismo é necessário acompanhamento médico. O especialista irá avaliar a suplementação correta e qual o momento ideal para interrompê-la, conforme o que foi estabelecido para cada paciente.

fonte _ assessoria de imprensa/foto freepik

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