“É velho o discurso do desequilíbrio entre a decrescente mão de obra jovem e idosos recebendo suas aposentadorias, sobrecarregando o sistema previdenciário e de saúde. Mas existem alternativas para amenizar esse quadro…”
Susana Falchi**
A velocidade da transição demográfica no Brasil requer uma mudança de modelo mental. E rápido. O País será o sexto colocado no ranking depessoas idosas até 2025, quando deve alcançar a marca de 32 milhões commais de 60 anos. Anos a mais de uma vida com maior lucidez, autonomia e possibilidade de realizar planos, além da disposição para consumo debens e serviços é o que projeta a Economia da Longevidade como um dos mais importantes movimentos econômicos deste século. É uma situação, porém, que traz ônus e bônus, dependendo da maneira como for conduzida.
É velho o discurso do desequilíbrio entre a decrescente mão de obra jovem e idosos recebendo suas aposentadorias, sobrecarregando o sistema previdenciário e de saúde. Mas existem alternativas para amenizar esse quadro. E uma delas está diretamente relacionada ao entendimento das empresas sobre esse processo de envelhecimento e seu impacto nos negócios. Algo que deve ser visto sob um novo olhar, principalmente dos executivos e dos profissionais de Recursos Humanos.
Recente pesquisa da HSD Consultoria em RH, mostra que 30% dos líderes que estão nas organizações atualmente, estarão fora do mercado de trabalho em 2025. E nas empresas, como na vida pública, não se forma novas lideranças suficientemente em curto espaço de tempo. Mais do que formar líderes, o que já não é algo fácil, também não se criou a cultura intergeracional, que precisa ser disseminada para amenizar os impactos da transição demográfica.
Acontece que a maioria das empresas no Brasil ainda resiste a contratar pessoas com mais de 50 anos. Algumas já desenvolvem atividades para absorver empregados nessa faixa etária, embora não pelo sistema convencional. O mais usual é por meio de empreendedores, autônomos ou à
distância. Esse tipo de mão de obra aumenta no mundo todo e aqui não é diferente.
Mas exige contrapartida dos mais velhos, que precisam se requalificar, principalmente, no que se refere à tecnologia.
Outra iniciativa é o projeto de lei que cria o Regime Especial de Trabalho do Aposentado (Reta), proposto em conjunto pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A flexibilização das regras seria aplicada sobre os aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do funcionalismo público.
A ideia é empregar esse contingente, que teria apenas o salário mensal sem os demais direitos trabalhistas, como férias e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Com o estímulo da isenção da contribuição previdenciária e do FGTS para o empregador, a projeção é que, em 10 anos, poderiam ser incorporados ao mercado de trabalho 1,8 milhão de aposentados.
Além da questão social envolvida, também é forma de dar significado a todo conhecimento e experiência acumulados desses profissionais, uma vez que poderiam contribuir com a qualificação da mão de obra jovem, através de um processo de mentoring, sendo valorizados e deixando o seu legado para a
Organização, como em outras Culturas mais amadurecidas.
*Susana Falchi é CEO da HSD Consultoria em RH e criadora do PSIT, App que mapeia percepções para autodesenvolvimento dos colaboradores.
fonte: assessoria de imprensa/imagem de abertura – Pixabay