Medo, acolhimento, preocupação, naturalidade: como envelhecimento atinge as mulheres?

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Esta semana, a atriz Pamela Anderson fez uma nova aparição no red carpet do Fashion Awards, em Londres e, mais um vez, causou furor por surgir de cara lavada e linda.

Claudia Lima- Vogue Brasil

Sim, para o muitas mulheres, pode parecer incrível que, depois de ter feito todas as intervenções cirúrgicas imagináveis, Anderson tenha decidido abandonar de vez o uso de maquiagem e envelhecer da maneira mais natural possível.

Em entrevista, ela já declarou, que, como dizem, “está de boa” com sua aparência aos 56 anos: “É tudo uma questão de autoaceitação. Este é o capítulo da minha vida que estou tentando abraçar agora. Às vezes é um desafio, e você só precisa entender que é bom o suficiente e que é linda. Gosto de dizer a palavra viver em vez de envelhecer, perseguir a juventude é simplesmente inútil.”   Mas enquanto ela e outras celebram a passagem dos anos, outras sofrem não só com as marcas da idade, mas tudo o que vem com ela.

Em conversa recente com a atriz Maria Ribeiro, Paula Burlamaqui, 56 anos, rasgou o verbo sobre o assunto dizendo que acha muito difícil envelhecer, em todos os sentidos. Concordo com ela que temos visto uma certa romantização sobre o tema, com muita gente bradando aos quatro cantos como é bom todo esse processo.

Ao contrário de Pamela Anderson, a atriz Paula Burlamaqui afirma que não está aceitando ‘de boa’ o envelhecimento. (Foto bahianoticias/Braswiki)

Mas o buraco, com certeza, é mais embaixo.

Embora eu diga minha idade com orgulho e abrace o meu envelhecimento com tranquilidade, faço um mea culpa de que às vezes romantizo um pouco a situação. Em um vídeo recente, citei uma frase do David Bowie em que ele diz que, “Envelhecer é um processo extraordinário em que você se torna a pessoa que você sempre deveria ter sido”.

E acredito realmente nisso, pois deixamos de querer agradar às pessoas e fazer mais por nós mesmas. Também temos um senso maior de urgência, de não deixar as coisas para depois.

Agora, é fácil? Não, não é. E já aviso que o processo é lento. Confesso que mesmo com tudo isso e achando estar no meu melhor momento, algumas coisas me incomodam no envelhecimento. Aliás, estava falando sobre isso ontem, com uma amiga holandesa, Dayenne. Para mim, o aumento dos números na balança causado pela menopausa (isso realmente é literalmente um peso pra mim!), a incerteza em relação ao futuro profissional das pessoas maduras e um maior temor em relação à minha saúde, são grandes preocupações. Para ela, as dores na lombar dão um certo desânimo para sair e fazer as tarefas do dia a dia. Ela até destruiu um mito de que as europeias maduras são mais elegantes. Pelo menos as holandesas, não são: segundo Dayenne, elas perdem um pouco a alegria de se arrumar. Mas essas são mulheres comuns.

Para quem, como a Burlamaqui, lidar com a aparência sempre foi algo primordial, seja por trabalho ou por questões pessoais, isso pode ser um martírio. O que fazer então? Fugir para as montanhas? Para a maioria de nós, mortais, talvez essa não seja uma opção. Mas para a atriz norte-americana Maria Bello, conhecida pelo filme O Clube de Leitura de Jane Austen e as séries E.R. e NCIS, foi.

“É tudo uma questão de autoaceitação. Este é o capítulo da minha vida que estou tentando abraçar agora. Às vezes é um desafio, e você só precisa entender que é bom o suficiente e que é linda. Gosto de dizer a palavra viver em vez de envelhecer, perseguir a juventude é simplesmente inútil.” Pamela Anderson/ Foto Getty Images

 

A artista revelou recentemente em seu Instagram que seu maior desafio em envelhecer foi a menopausa. Bello sumiu do trabalho, da mídia e das redes sociais por dois anos. E revelou que, durante este período, começou uma reposição com hormônios bioidênticos, fez uma dieta mais forte e rápida, mas mesmo assim engordou sete quilos, tentou Botox, preenchimentos, lasers, cremes faciais, aparelhos para acabar com a celulite, fios faciais, alinhamento dos dentes e – ufa – se mudou para Paris. E que só depois de muita auto-reflexão, conseguiu se encontrar e abraçar sua jornada.

Maria contou que uma inspiração durante essa “pausa” foram os ensinamentos do psiquiatra suíço Carl Jung no livro Seven Tasks of Aging “(em tradução livre, Sete Tarefas para o Envelhecimento), onde ele diz, entre outras coisas, mais ou menos o seguinte: a meia-idade é marcada pela desilusão e pela depressão. Para passar com sucesso para a segunda metade da vida, é necessário completar essas tarefas.

Verdade ou não, o fato é que cada pessoa encara tudo na vida de um jeito. E que sempre vai haver alguém que está passando por isso e que pensa como você ou que tenha pontos a discordar. E tá tudo bem.O importante disso tudo é que a gente discuta e fale cada vez mais abertamente sobre o envelhecimento. De maneira franca e sem julgamentos.
Mas é importante pensar: afinal, se não envelhecer, qual é a outra alternativa? Morrer. Eu ainda não quero e nem estou pronta. E você?

 

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