Por Dentro dos Hospitais: no Brasil há uma ‘loucura’ coletiva mais devastadora que o novo coronavírus.

Comunismo…teorias da conspiração…vírus ‘chinês’: tudo isso parece alucinação ou não?!

Wanderley Parizotto**

Médico é agredido por inserir “suspeita de COVID-19” em atestado   de óbito.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um médico do Pará sendo agredido por ter inserido na certidão de óbito “suspeita de coronavírus”. Os familiares duvidaram de que a morte poderia ter alguma relação com a Covid-19. (Jornal GGN-12/04/2020)

Mas esse não é o único caso. Diversas notícias e vídeos apresentam depoimentos de médicos que foram e estão sendo agredidos por familiares ou até mesmo pelo paciente, quando informados da suspeita de Covid-19. 

Fomos checar as informações e conversamos com diversos profissionais da saúde que estão no front de atendimento nos hospitais. E é fato. “Algumas pessoas ficam totalmente enlouquecidas. Fui chamado de comunista”. Disse um médico. Uma enfermeira, ao lado de um médico, ouviu do paciente: “esse vírus é bobagem, não tenho isso”.  Ou seja, além de trabalharem 10, 12, 16 horas por dia, muitos sem voltar pra casa, os profissionais de saúde ainda são obrigados a passar por esse constrangimento. 

Ouvimos diversos depoimentos nesse sentido. Situações de agressão verbal. Ressaltamos que somente mortos testados recebem óbito com causa mortis  Covid-19. Quando não há testes, é somente suspeita, e esses casos não entram para as estatísticas oficiais.

“O número de registros de mortes por problemas respiratórios e pneumonia no Brasil teve um salto em março, contrariando tendência de queda que vinha sendo observada nos meses de janeiro e fevereiro. Foram 2.239 mortes a mais em março de 2020 do que no mesmo período de 2019, o que levanta a suspeita de que vítimas do coronavírus podem estar entrando nas estatísticas de outros problemas respiratórios. Os dados são do sistema de cartórios de registro civil e foram divulgados pela Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen).'”

Em março, o Ministério da Saúde apontou somente 202 casos de óbitos provocados pelo coronavírus. Na primeira quinzena de abril, já chegamos à casa dos 1.600. Será que parte da população brasileira foi acometida por uma loucura coletiva? Que não acredita em números do próprio Ministério da Saúde do governo? Que dá as costas à ciência?

Pessoas que classificam todos que não concordam com elas como comunistas infiltrados no país para tomar o poder? Cidadãos que chamam de comunistas, governadores, cientistas, prefeitos, médicos e outros. Como se houvesse uma grande conspiração internacional mandando vírus para cá, alardeando o pânico para subverter o Brasil e conquistá-lo.

Uma parcela de brasileiros que acredita em toda e qualquer asneira, bastando que a bobagem tenha sido proferida pelo presidente, por alguns de seus seguidores e  pastores aloprados que se aproveitam da boa fé das pessoas para defender interesses outros. 

Pessoas que não acreditam no deserto que se transformou Nova York. Que não acreditam nos caminhões levando corpos para o crematório na Itália. Que pessoas estão sendo enterradas em valas comuns no Bronx, em Nova York. Que covas estão sendo abertas, em grande número,  no município de São Paulo. Que há cadáveres espalhados pelas ruas de Guayaquil, no Equador. Que hospitais de campanha têm sido erguidos no Brasil e muito rapidamente estão ficando lotados. É alucinação  ou não?

 Perdoem-me, mas no Brasil não há leitos e UTIs para receber grande número de infectados pelo coronavírus num espaço pequeno de tempo, nem vagas em hospício para tantos alucinados.

** Economista e criador do Portal Plena

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