UMA BELA REFLEXÃO SOBRE A PALAVRA VELHO…

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“PESSOA MADURA NÃO PODE ACHAR QUE VELHO É PALAVRÃO, ISSO É LOUCURA”

Ricardo Falcão*

Notei que algumas pessoas se sentem desconfortáveis e não gostam de usar a palavra velho quando falam de si mesmas e isso me assusta.

Conseguiram fazer com que até pessoas maduras tenham preconceito com a palavra e, assim, em alguns casos, consigo mesmas.

Dostoiévsky escreveu: “Não é preciso muito para matar uma pessoa, basta convencê-la de que ninguém precisa do que ela faz”.

Uma vez que é certo que nossa sociedade não leu Dostoiévsky, a conclusão óbvia é que este conceito era comum na Europa de sua época, o que evidencia o nosso atraso de 200 anos.

Quem inventou que velho é algo ruim nunca vestiu aquele jeans surrado que vestimos como se fosse uma segunda pele de tão perfeito e confortável, não percebe o valor de uma amizade antiga por melhores que sejam as novas.

Eu troco uma caixa de Beaujolais Nouveau por um Château Margaux 1953 ou 1961 a qualquer hora.

Aos 20 anos tudo é paixão, mas só aos 40 começamos a entender o que é amor. Nenhuma menina de 20 anos chega aos pés de uma mulher de 45 ou mais.

Ser velho não significa que abri mão de trabalhar, de ensinar e aprender, de me exercitar e de me envolver emocionalmente. Ao fazer isso não significa que tenho uma cabeça jovem, significa apenas que não abri mão de viver a vida que amo e amar a vida que vivo.

Só não pensam assim, homens que não se garantem para conviver com uma mulher consciente de si mesma, da sua força e muito mais exigente, são muitos os que não percebem a beleza nos traços de vida que carregamos em nossos rostos.

Percebi que o que chama a atenção das pessoas não é a beleza, mas o quanto elas são atraentes e a beleza não é, necessariamente, atraente.

Nem tudo que é novo é bom, assim como nem tudo que é velho é ruim.

Reparem a música e a literatura, por exemplo, onde o velho e o novo coexistem sem que um seja necessariamente melhor que outro, mas ambos os lados têm muitas exceções.

Ser velho não significa que abri mão de trabalhar, de ensinar e aprender, de me exercitar e de me envolver emocionalmente.

Ao fazer isso não significa que tenho uma cabeça jovem, significa apenas que não abri mão de viver a vida que amo e amar a vida que vivo.

*RICARDO DE SOUZA SANTOS FALCÃO: Consultor internacional com mais de 50 anos dedicados à Responsabilidade Social e Investimento Social Privado, gerenciamento, planejamento estratégico, elaboração, avaliação de projetos, captação de recursos e financiamento na iniciativa privada, Organização das Nações Unidas – ONU, como Senior Program Officer da United States Agency for International Development – governo americano e em organizações da sociedade civil. Trabalhou 6 anos nos EUA e 1 ano na França. Formado em Economia e especializado em planejamento, é Professor do MBA em Terceiro Setor e Responsabilidade Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Lares. Autor dos livros: Elaboração de Projetos e sua Captação de Recursos (Editora Nova); e Me Faço Poeta entre contos e crônica  (Editora Vermelho Marinho).

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