Perfil das Mulheres Brasileiras: corajosas, trabalhadoras e… desrespeitadas… Os números comprovam!

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Neste país hipócrita, machista, misógino e preconceituoso, falar em Dia Internacional das Mulheres beira a ofensa.

Por: Wanderey Parizotto

Hoje será lembrada a jornada dupla de trabalho, a educação dos filhos, enfim, “tudo” ou quase tudo que é realizado pela mulher será minimante reconhecido pela imprensa, pelo comércio, pelas empresas e pelos homens. 

Hoje veremos mulheres  lindas e jovens exibidas em uma publicidade preguiçosa e banal. Mesmo que a imagem apresente uma família com muitos filhos, repare: a mulher presente tem sempre uma ‘cara’ de quem não chegou sequer aos 30 anos.

Porém, nada é mais assombroso do que  olhar para alguns números relacionados às mulheres brasileiras, vejamos:

– Por aqui, as mulheres representam 51,8% da população;
– No mercado de trabalho, ainda que exerçam  a mesma função dos homens, as mulheres ganham 27% a menos e, a todo momento, precisam demonstrar que são capazes;
– Somente 2% das empresas têm mulheres em cargos executivos e, na média, o total de mulheres em cargos de liderança é  23%;
A representatividade feminina nas esferas políticas e judiciais é baixíssima, em torno de 15%. A única mulher eleita presidente do Brasil, Dilma Rousseff, foi cassada sem nenhuma razão;
– Cerca de 11 milhões de mães criam seus filhos sozinhas, sendo que 57% estão abaixo da linha da miséria e vivendo com menos de meio salário mínimo por mês;
– 6,2 milhões de mulheres são empregadas domésticas, destas, 61% trabalham de forma totalmente informal;
– A cada minuto, 8 mulheres são agredidas, a maioria delas em suas próprias casas e por seus próprios companheiros;
– Em 2021, 1.349 mulheres foram vítimas de feminicídio;
– A cada 10 minutos uma mulher é submetida a algum tipo de violência sexual;
– Uma mulher morre a cada dois dias em consequência de abortos inseguros, em sua maioria, são jovens e pobres, pois as mulheres que possuem condições financeiras melhores podem fazê-lo aqui mesmo, em clínicas particulares, ou na Europa. Vale lembrar que na maioria dos países europeus o aborto é legalizado e gratuito.  Estima-se que cerca de 500 mil mulheres realizam, anualmente e  clandestinamente, este procedimento, correndo todos os riscos possíveis.
Outro fato que deve ser lembrado é que enquanto as mulheres são penalizadas moral e socialmente em razão dos abortos, alguns homens cometem o ‘aborto social’: simplesmente deixam suas parceiras sozinhas em um momento de grande fragilidade e seguem com suas vidas. Lembrando que isto (ainda) é considerado ‘normal’ na machista sociedade brasileira.
 E, durante a velhice, é claro que a situação da mulher brasileira se agrava, pois a necessidade de continuar trabalhando para sustentar filhos e muitas vezes, netos, torna tudo ainda pior. Aqui no PortalPlena já mostramos o drama de mulheres acima dos 65 anos que se prostituem porque não conseguiram ser aceitas em processos seletivos ou trabalhar nas funções que tinham antes.
 
Outro drama é a hipocrisia social: uma mulher mais velha continua sendo mal vista se tem um companheiro mais jovem, quanto ao homem mais velho que tem uma companheira mais nova este continua sendo admirado.
Enfim, vemos que no Brasil as mulheres ainda têm muito a fazer em termos de equidade, igualdade, enfim, de conquistar respeito e acolhimento em relação às suas demandas…
Neste Dia Internacional da Mulher que as mulheres brasileiras se mantenham
atentas, unidas, fortes e, sobretudo, praticantes da sororidade!

(Todos os dados são do IBGE e do Ministério da Saúde).
imagem de abertura: freepick

Esta abordagem da realidade brasileira, corajosa e consciente, você só verá aqui no Portal Plena. Nós acreditamos que informação de qualidade é a base de uma sociedade melhor para TODOS. Compartilhe nossas publicações. Nós agradecemos!

Um comentário

  1. Wanderey Parizotto, sou sua fã.
    Fã, da sua escrita cirúrgica , certeira, esclarecedora e, que nos leva à reflexão… À ação!!
    E, isso é muito bom!!!

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