A fome no Brasil não bate mais à porta. Não há porta a ser batida

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Wanderley Parizotto = Economista

No dia de hoje, cerca de  18 milhões de crianças brasileiras, entre zero a 14 anos, dormirão com fome. Meninos e meninas que acordaram, mas não sabem se comerão pelo menos uma vez ao longo do dia.
5 milhões com certeza nada comerão.
 
Amanhã, depois e depois será a mesma agonia. 
 
O país voltou para o mapa da fome da ONU. 24 milhões de pessoas, aproximadamente, estão abaixo da linha miséria, cerca de 100 milhões vivem em insegurança alimentar, isto é, não sabem se e o que comerão no dia.
 
Uma a cada três crianças tem anemia.
 
As grandes cidades brasileiras se transformaram em um grande acampamento, com milhares de brasileiros morando em barracas de lona. 
 
Nas filas do sopão gratuito,  pessoas desmaiam de fome. 
 
Há garimpeiros de ossos nos lixões das capitais. O consumo de pé de frango cresceu 2,5 vezes este ano. O brasileiro come menos carne bovina hoje quando comparado ao consumo de 1996.
 
No Brasil há mais de 218 milhões de cabeças de gado, tem mais gado do que gente. O país está entre os três maiores produtores de alimentos do mundo.  E mesmo assim, fome. 
 
A inflação passa dos 10%, a dos alimentos acima de 20%
 
Tem mais brasileiros sem trabalho do que trabalhando. 15 milhões desempregados, 6 milhões em desalento ( quando não procura mais emprego por falta de esperança e/ou dinheiro para o transporte) e mais de 25 milhões na informalidade, ganhando alguns trocados.
 
O governo federal terminou com o Bolsa Família,  maior e mais bem conceituado programa de transferência de renda do mundo, segundo todas as organizações mundiais, com quase vinte de vida, substituindo-o por algo provisório, chamado Auxílio Brasil, que terminará em dezembro de 2022. Um programa que é reconhecido pelos principais estudiosos do tema, por seu total amadorismo e sem qualquer vínculo com o desenvolvimento social como era o Bolsa Família. 
 
O Brasil em 2018 era a sétima economia do mundo, hoje é décima segunda.
 
 
A pandemia teve sua cota de responsabilidade, mais foi a menor nesta trágica história. O Brasil estaria assim com ou sem pandemia. Sem ela a situação social seria um pouco melhor, mas só um pouco.
 
No país da fome,  o mercado financeiro bate todos os recordes de lucro. Em razão do alto valor do dólar, perto de R$ 6,00, o Agronegócio nunca ganhou tanto dinheiro.
 
 
No dia 28 de outubro de 2018, os brasileiros fizeram uma opção.  A eleição do atual governo foi consciente. 
 
A conta chegou, mas somente os mais pobres pagam e pagarão. O atual governo nunca fez questão de esconder o que faria. Fez e continuará a fazer. 
 
As únicas prioridades são: o mercado financeiro, os grandes produtores rurais, militares, alguns grupos evangélicos e os amigos do presidente ( o dono da Havan, por exemplo). Caso você não se encaixe em um dos grupos anteriores, não é prioridade. 
 
O mundo passa por dificuldades, mas nada parecido com o que está acontecendo no Brasil. 
 
OBS.: Todos os os dados são do IBGE.
 
 
 
 

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