Especialista alerta que pacientes deixam de fazer exame do PSA, por receio da necessidade de realizar exame de toque retal
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. A idade é o principal fator de risco da doença: a incidência e a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos. Cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O INCA estima que até o final de 2020 quase 66 mil novos casos de câncer de próstata sejam diagnosticados no país, impulsionados, principalmente, pelo aumento da expectativa de vida.
De acordo com o oncologista clínico do Hospital Sírio Libanês, Dr. Denis Jardim, junto com a predisposição genética e histórico familiar de câncer de próstata, a idade avançada compõe a lista de fatores de risco chamados não modificáveis. “O tabagismo, alto consumo de gorduras animais e baixa ingestão de vegetais são os fatores de risco modificáveis que podem estar associados ao desenvolvimento da doença”, completa o especialista.
O diagnóstico precoce é a principal estratégia para detectar o tumor em fase inicial. Segundo o INCA, nesses casos, a chance de cura é de 90%. Os principais exames para detecção precoce de câncer de próstata são o PSA, de dosagem sanguínea e o de toque retal, indicados geralmente a partir dos 50 anos. Apesar de rápido e indolor, o exame de toque ainda é um tabu e causa de resistência entre os homens. O desconhecimento pode culminar na negligência com a saúde. “Um estudo da Prostate Cancer Foundation¹, realizado em 2018, aponta que mais da metade dos pacientes avaliados deixavam de fazer o exame sanguíneo de PSA, com receio da necessidade de realizar o exame de toque retal combinado”, relata Jardim.
Em caso de alteração nestes exames, o especialista afirma que é indicada uma investigação adicional. Segundo ele, “pode ser solicitada uma ressonância e até mesmo uma biópsia”. Quando há confirmação do diagnóstico, a escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um. O oncologista esclarece que “os métodos de tratamento mais comuns, para tumores em estágio inicial, são a cirurgia (prostatectomia) e a radioterapia. A doença em estágio mais avançado, principalmente quando há metástase, requer o bloqueio hormonal da testosterona do paciente”.
O especialista comemora que o risco de comprometimento da função sexual do paciente que faz tratamento do câncer de próstata tem diminuído muito nos últimos anos, conforme estão evoluindo os procedimentos radioterápicos e cirúrgicos.
Referência:
¹PCF 3P Report 2018: Public Perception of Prostate Cancer. [internet] Prostate Cancer Foundation. 2018.
[acesso em nov. 2020] disponível em: https://www.pcf.org/wp-
content/uploads/2018/08/PublicPerception_PCF.pdf
fonte: assessoria de imprensa