O caso Robinho: criminoso e condenado, mas livre, leve e solto no Brasil, reforça a impunidade (de alguns) e a hipocrisia da nossa terra brasilis…

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A Corte de Cassação da Itália, última instância do judiciário do país, confirmou na última quarta-feira (19 de janeiro) a condenação do jogador Robinho e de seu amigo, Ricardo Falco, a nove anos de prisão por violência sexual de grupo.

Por: Wanderley Parizotto – economista e criador do Portal Plena.

O atleta foi condenado por participar do estupro coletivo de uma mulher albanesa que ocorreu em uma boate de Milão, em 22 de janeiro de 2013. A vítima tinha 23 anos à época e não teve o nome revelado durante o processo.

Condenado por violência sexual, Robinho terá nome incluído na lista vermelha da Interpol.

O atacante terá um pedido de prisão provisória difundido em 195 países para que cumpra sua pena.

Em um país onde qualquer suspeito de um crime, desde que seja negro(a) e pobre é sumariamente condenado, mesmo sem ser julgado, será possível que Robinho, milionário e mundialmente conhecido pelo seu futebol, flane tranquilamente pelo Brasil.

Com certeza continuará a ter seus autógrafos solicitados e a participar de festas e outras badalações.

Desde  sua condenação definitiva pela corte italiana, não houve nenhum repúdio mais contundente da maioria dos brasileiros contra o jogador.

Vale lembrar que durante todo o processo, o jogador não demonstrou arrependimento algum e tratou jocosamente a vítima. Diversos áudios anexados ao processo, conseguidos pela justiça italiana, provaram sua participação no crime,  a sua indiferença em relação à vítima e sua convicção  de que  não seria punido.

Segundo o próprio, o único erro que cometeu foi ter traído sua mulher.

Temente a Deus, segundo ele, está tranquilo.

Se o crime tivesse ocorrido no Brasil, é bem provável que Robinho fosse absolvido e a vítima condenada.

Para ser preso aqui e cumprir a pena, o processo é complexo e dependerá da autorização da justiça brasileira. Não poderá ser extraditado para a Itália, pois as leis brasileiras não permitem.

Ao que tudo indica, passeará no mesmo país onde 60% da população carcerária é jovem entre 18 a 29 anos, quase 70% são  negros e pobres, e quase a metade sequer foi julgada e condenada, mas está presa e na penitenciária deverá ficar por muito tempo. Sem dinheiro para advogados, o jeito é esperar pela justiça e, enquanto espera em celas superlotadas, em condições sub-humanas, verão  suas vidas escaparem  pelas frestas minúsculas por onde entram os raios de sol.

Pelo cheiro no ar, a única pena que Robinho cumprirá será não poder sair do Brasil por alguns anos, até a pena prescrever. Mas tudo bem, poderá viajar pelo país, bater uma bola na praia, fazer um churrasquinho, dinheiro não é problema mesmo. Sofrerá um pouco por não poder ir para a Europa e viajar pelo mundo. Mas em uma década, livre leve e solto por aqui, poderá fazer tudo isso.

E o que a maioria dos brasileiros fala? Nada. Afinal, é rico e jogador de futebol.

Foto de abertura – Dilson Silva/ Ag. NEWS

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